Aviso à navegação: atenção às viagens neste “barco”, que podem resultar agitadas. Trocando por miúdos, os 10,5º de TA são mesmo 10,5º.
Este produto da pródiga cervejaria Van Steenberge, de Ertvelde, Bélgica, é um produto muito estimável e no qual nada foi deixado ao acaso - e aqui mais uma vez chamo a atenção para o cuidado posto pelos responsáveis em todos os pormenores, mesmo os que parecem pouco importantes. A garrafinha está tão bem imaginada, que á vista descuidada parece de porcelana. Engano! É mesmo vidro, mas com uma fina capa de plástico branco a cobri-la. O rótulo é simples mas muito apelativo como se vê, e a tampa é dele uma réplica omitindo, no entanto, o nome. As indicações estão no contra-rótulo, embora haja mais completas. Não menciona copo a utilizar - mas no caso está á vista - nem a temperatura aconselhada para servir, que na minha opinião rondaria os 8, 10º.
Esta cerveja, que sofre a sua segunda fermentação na garrafa, é um verdadeiro espectáculo para os olhos e para o palato.
No copo, exibe uma espuma cremosa e abundante e muito persistente. O corpo, castanho chocolate, tem laivos disso mesmo. E de frutas e especiarias no meio do malte muito presente. A carbonatação, de certo modo intensa, dá-lhe alguma leveza. Mas cuidado, a moderação é aconselhável, aliás como sempre, que o exagero acaba sempre por retirar todo e qualquer prazer.
No fim, pensa-se que os cervejeiros da Van Steenberge, ou os Vikings lhes legaram a fórmula de uma das bebidas dos deuses quando desembarcaram dos seus drakares na Flandres, ou são druidas dos tempos modernos.
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