Ruivas, Louras & Morenas

quarta-feira, 28 de maio de 2008
Há alturas em que um pequeno descanso é bem vindo, daí o interregno de alguns dias na postura de opiniões aqui por este cantinho. Assim descansamos todos: eu e os que me fazem o gosto de me ir acompanhando.
Entretanto, foi levado a cabo o 1º Concurso de Cervejas Caseiras, que pelo que li no local devido correu muito bem. Especialmente para o nosso amigo Edson que arrecadou dois prémios, sendo um deles o 1º lugar na categoria Stout, o que o deve ter deixado imensamente orgulhoso. É que para um principiante como ele se intitula, não é coisa de somenos. Parabéns, Edson!
Claro que os meus parabéns se estendem a todos os amadores cervejeiros participantes, que provaram que as coisas por cá afinal vão mexendo, e que há bons motivos para ter esperança numa evolução no panorama cervejeiro nacional.
Já agora, uma felicitação muito especial ao Bruno e ao Fernando, os grandes impulsionadores desta iniciativa, à qual, com muita pena minha, me não foi possível comparecer. Talvez para a próxima…
Agora, “a Cerveja do dia”. Chamo-lhe divertida, porque a sua “imagem” remete-nos para a nossa alegre meninice e aos contos infantis, uma vez que a imagem de marca da Cervejeira é um anão, ou gnomo, ou…qualquer daqueles seres da floresta, enfim. Se fossem azuis, até podiam ser strumpfes. Pois eles estão presentes nas garrafas da cerveja, nos copos, e deduz-se que alguma mãozinha deles tenha estado presente na feitura da bendita bebida.
Na verdade, e no caso em apreço trata-se de um Scotch Ale, o trabalho é excelente e o resultado é uma cerveja muito escura com raios rubi à contra-luz, e uma espuma intensa e extensa, pelo que o copo em forma de túlipa é, sem dúvida, o mais adequado ao uso.
Dos aromas e sabores, direi que se trata, para os meus olfacto e palato, de uuma cerveja excelentemente estruturada, com odores a frutos silvestres caramelizados e especiarias. Sabores complexos e adocicados. Outra vez as frutas selvagens e os caramelos. Belgas, claro, aquele sabor entre o chocolate e o café com leite. A gaseificação torna a bebida suave, de um beber facílimo, e os 8% de Abv são quase imperceptíveis.
É, portanto, uma cerveja muito equilibrada, muito agradável, com a vantagem de ter aquela qualidade que a aconselha tanto a dias estivais, como para os Invernos mais rigorosos.
Uma nota final para referir que esta cerveja é bastante comum em alguns dos nossos supermercados, e o seu preço - pouco mais de 4€ por uma garrafa de 0,75l - sendo bastante moderado, aponta-a como sendo uma boa aposta para o principiante que se quiser abalançar em aventuras diversas das vulgares lagers inodoras e insípidas.


Cervejeira: Brasserie D‘Achouffe, Bélgica
Vol/Alc: 8% Abv
Ano: 2007
Tipo: Belgian Strong Dark Ale
Copo: Tulip



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posted by Vic at 5/28/2008 11:06:00 da manhã | 6 comments
domingo, 18 de maio de 2008
Uma vez que se completou o tal ano sobre a abertura deste espaço dedicado à apreciação da cerveja, pensei que seria interessante proceder a um balanço à “actividade” degustativa levada a cabo nestes 366 dias, e deixar aqui nota das melhores cervejas que avaliei.
A princípio pensei eleger as 10 melhores, mas depressa verifiquei da impossibilidade de tal tarefa, tantas são as cervejas memoráveis. Assim, decidi-me por eleger 20, e deixei muitas que muito aprecio, de fora. Uma nota, para referir que me foi praticamente impossível estabelecer uma ordem de preferência, pelo que optei por as relacionar por ordem alfabética
Vamos então:


Cervejas Especiais


-
Bush Prestige - Artigo de luxo da cervejeira Dubuisson, Bélgica.
Strong Pale Ale com 13% de ABV
Garrafa: 0,75cl
Custo: 23€, adquirida em Bruxelas



DeuS, Brut de Flandres - Cerveja produzida segundo um método misto champanhês, da brasserie Bosteels.
Biére de champagne, Brut de 11,5% de Abv
Garrafa: 0,75cl
Custo: Mais ou menos 19€ (à venda em Portugal)



Fuller’s Vintage Ale - Uma Old Ale da Fuller Smith & Turner, com um cunho de exclusividade que lhe empresta a numeração nas garrafas.
Cerveja de Inverno, com 8,5% de Abv
Garrafa: 0,5
Custo: 6€, adquirida na Holanda



Gordon Christmas - Cerveja de Natal da Anthony Martin, Bélgica
Uma Belgian Strong Dark Ale, com 12% de Abv, elaborada para o Natal de 2007.
Garrafa: 0,75cl
Custo: 4,70€ no ECI de Sevilha; 8,9€ nos hipermercados nacionais



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De seguida, as Cervejas Correntes:


Aecht Schelenkerla Rauchbier (Urbock) - Uma cerveja alemã fumada de grande qualidade da Brauerei Heller-Trum.
Com 6,6% de Abv, impõe uma presença fortíssima
Garrafa: o,33cl.
Custo: Menos de 2€, em Amsterdam.



Anchor Old Foghorn - Uma Barley Wine americana de fazer inveja.
Grande corpo servido por 10% de Abv e sabor quase indescritível. Graças à Anchor Brewing Company.
Garrafa: 0,33 cl
Custo: 2,70€, em Amsterdam



Avec Les Bons Voeux - Das mãos dos cervejeiros da Brasserie Dupont, saiu esta Farmhouse Ale/Saison excepcional.
Uma bela cor dourada, e um corpo majestoso sustentado por 9,5% de Abv.
Garrafa: 37,5 cl
Custo: + ou - 4€, em Amsterdam



Brugse Zot - “O louco de Bruges” é uma das minhas louras favoritas. A De Halve Maan, presta com ela um serviço inestimável à humanidade
Vertida no copo, é uma carícia para o olhar, fresca e vivíssima, nos seus 6,2% Abv.
Garrafa: 0,33 lt
Custo: + ou - 2 €, em Brugges



Bush Ambrée - Uma strong ale - Barley Wine, segundo alguns entendidos - incontornável, da cervejeira dos irmãos DuBuisson.
Fortíssima presença, confirmada por uns enérgicos 12% Abv.
Garrafa: 0,25 lt
Custo: entre os 1,42€ e os 2,1€, nos supermercados



Charles Wells Banana Bread Beer - Quem nunca provou esta fruit beer dos cervejeiros ingleses da Charles Wells nem sabe o que anda a perder.
Suavíssima, mas cheia de personalidade e com uns 5,2% Abv quase imperceptíveis.
Garrafa: 0,56 lt
Custo: 4,20€ em Amsterdam




Chimay Bleu - Uma das maravilhas fruto do engenho cervejeiro dos monges trapistas.
Com 9%Abv, é uma daquelas cervejas que nunca se esquece.
Garrafa: 0,33lt e 0,75lt
Custo: + ou - 2,4€ ou 7€ nos supermercados.



Duvel Uma omnipresença em todo o mundo, pode-se dizer, bem merecida para esta extravagante loura da Moortgat.
Trata-se de uma strong pale ale exemplar, e os 8% Abv são equilibradíssimos.
Garrafa: 0,33 lt
Custo: entre os 1,7€ e os 2,1€ nos supermercados



La Trappe Dubbel - Cá está a dubbel exemplar. Esplêndida em todos os aspectos: apresentação, aroma, sabor. Mais uma, saída do engenho monástico. Desta vez, comercializada pela Bierbrouwerij De Koningshoeven B.V.
O mais notável é, realmente, o magnífico equilíbrio de toda a cerveja, alicerçado nuns também muito equilibrados 6,5% Abv.
Garrafa: 0,33lt e 0,5lt (stone bottle)
Custo: entre os 1,8 e os 5,45€, nos supermercados e em Badajoz, ou Sevilha (ECI).



Nogne 0 Imperial Stout - Os amantes do sabor forte de cafés e chocolates das Stouts, pouco poderão fazer para resistir a esta grande cerveja escandinava.
Musculada nos seus 9% Abv, é um exemplo do vigor do mercado nórdico.
Garrafa: 0,5lt
Custo: 4,12€, Amsterdam



Rochefort 10 - Esta terá sempre um lugar de topo nas minhas preferências. Uma trapista mais que perfeita, de sabores tão intensos e complexos que se tornam quase inexplicáveis. Uma verdadeira obra-prima, vigorosa nos seus 11,3 Abv.
Garrafa: 0,33lt
Custo: 2,1€, em Badajoz ou Sevilha (ECI)



Samuel Smith Imperial Stout - Outra Imperial Stout de alto coturno, esta proveniente da velha Albion. Grande presença, apesar dos pouco excessivos 7,0% Abv. Aromas, sabores eloquentes, capazes de aquecer qualquer Inverno.
Garrafa: 0,33 lt
Custo: 2,45€, em Amsterdam



St. Peters Cream Stout - Nova stout, porém, desta vez uma Cream Stout, Se houvesse dúvidas que não é o grau etílico a “fazer” uma cerveja, aí está o exemplo perfeito (6,5%Abv). Cremosa, suavíssima, uma festa para os sentidos.
Garrafa: 0,5lt
Custo: 3,5€, em Amsterdam



Thomas Hardy‘s Ale - E falando de festas para os sentidos, eis uma Barley Wine de cair para o lado - literalmente, graças aos 11,7%Abv - e de dar graças aos deuses que inspiram os cervejeiros da Thomas Hardy.
Numerado, esta é outra cerveja que reclama para si uma certa exclusividade, que se reflecte no preço
Garrafa: 0,25lt
Custo: 4€, em Londres



Triple Karmeliet - Uma triple que diz como deve ser uma triple. Cativa logo pelo seu magnífico aspecto no copo, uma loura especialmente bonita, com sabores e força a condizer (9%Abv).
Garrafa: 0,33l
Custo: a partir de 1,7€ nos supermercados




Westvleteren 12 - A jóia da coroa da industria cervejeira belga.Uma cerveja que faz perder a cabeça a muitos amantes cervejeiros, quer pela sua qualidade, quer pela sua raridade. E o preço a que é comercializada pelos poucos que a ela têm acesso, reflecte isso.
De qualquer forma, vale o sacrifício. É realmente fora de série. Uma quadrupel que muitos imitam, mas ninguém iguala. Tem 10,2% Abv, e se houvesse dúvidas que os monges trapistas têm acesso ao Olimpo, aí está a Westvleteren 12 a afiançá-lo.
Garrafa: o,33lt (sem qualquer rótulo)
Custo: um pouco mais de 6€ em Bruxelas

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posted by Vic at 5/18/2008 12:06:00 da tarde | 5 comments
terça-feira, 13 de maio de 2008

Este espaço perfaz hoje precisamente um ano.
É verdade, o tempo corre célere, parece que foi ontem e, no entanto, umas dezenas de cervejas foram apreciadas com mais ou menos agrado final, mas sempre com enorme prazer, o prazer que resulta de fazermos aquilo de que gostamos.
E eu gosto desta maravilhosa bebida. E, mais que isso, gosto de partilhar com os outros este meu gosto. Tanto assim é que mesmo na degustação aprecio muito mais fazê-la acompanhado, a estar sozinho.
Mas voltando ao início, já lá vão 366 dias, e verifico com surpresa que nunca tinha deixado aqui notas sobre uma das minhas cervejas preferidas: a Orval.
A Orval é mais uma daquelas abençoadas filhas do génio trapista. A minha primeira lembrança da Orval vem de uma maravilhosa estadia na mais bela cidade do mundo, Paris. Vem das minhas deambulações pelos caminhos estreitos de Montmartre e da fantasia dourada e chic da avenue Montagne. Vem da 1ª vez que vi aquela garrafinha ligeiramente bojuda e quase despida de rótulos, numa prateleira por detrás de um balcão de mármore desgastado de uma velha brasserie na Rive Gauche, muito perto dos Deux Magots, que é o melhor sítio do mundo para passar simplesmente o tempo, ou ver “flanar” o parisiense ou o turista.
Lembro-me de, na altura, pensar que a cerveja já ali estaria há tanto tempo, que o rótulo principal teria caído, mas para minha surpresa, quando pedi uma, lá vinha ela, garrafa bonita mas austera de informação, de um só pequeno rótulo ao pescoço. Lá vem nomeada a origem, a temperatura aconselhável para consumo, o grau etílico - 6,2º Abv - e o prazo de validade (2012, cinco anos após o engarrafamento), e nada mais.
Porquê esta tão exígua informação, perguntei-me? A resposta veio pronta, a própria cerveja explicou. Estava ali tudo, naquele liquido alaranjado e turvo, encimado de generosa gola branca e cremosa, que foi deixando rasto nas paredes do copo durante a degustação.
Lembro-me que, ao vê-la assim esplêndia, pensei então que se o aroma e sabores correspondessem ao aspecto, tudo seria perfeito. Os aromas corresponderam, tons florais à mistura com muita fruta fresca. O sabor…bom, esse é bem redondo na boca, com maçãs, caramelo e especiarias. E aqueles maltes...têm qualquer coisa de especial. A carbonatação é a ideal neste tipo de cerveja e o final muito suave, o que torna a degustação uma experiência a repetir…sempre que possível.
Mais, tem consigo aquele balanço que a faz ideal, quer para acompanhar uma refeição, quer para ser consumida a solo.
O nome da abadia, tem vem da sua localização, o Vallée d’Or, cujo deriva de uma lenda da idade média. Situada nas Ardenas, tornou-se recato dos monges desde 1070, o que dá bem ideia das suas remotas origens. Ah! a sabedoria feita da experiência de séculos, consegue maravilhas...
Não foi de propósito, mas creio ter escolhido uma excelente cerveja para comemorar este 1º aniversário.
Cheers!


Cervejeira: Abbaye Trappiste d’Orval, Bélgica
Vol/Alc: 6,2% Abv
Ano: 2007
Tipo: Belgian Pale Ale/ Strong Ale
Copo: Goblet/Cálice



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posted by Vic at 5/13/2008 09:48:00 da tarde | 6 comments

Há uns tempos, li com alguma perplexidade, uma afirmação de uma senhora que afirmava que a única vantagem que a idade lhe trouxera era o facto de as visitas á depiladora se terem tornado menos assíduos.
Bem, li na afirmação uma grande dose de ironia, sabendo que a idade traz muito mais coisas agradáveis. Uma delas, a multiplicidade de tons, aromas e sabores, que é o que agora vem ao caso. Quero dizer o quê? Como pode uma pós-adolescente citadino reconhecer, por exemplo, o odor da caruma se, reduzida a sua experiência de vida à selva de cimento, nunca caminhou por um pinhal ao entardecer? Como poderá distinguir o sabor da amora selvagem se nunca se aproximou dos espinhos agrestes de uma silva? Hoje, até me interrogo, se algum rapaz na casa dos vintes conhecerá sequer o verdadeiro aroma de um arroz de tomate à antiga ou da manteiga acabada de fazer.
Dito isto, acrescentaria que a riqueza da paleta de sabores e aromas que vamos guardando connosco, é do mais importante que colhemos na vida, para lá dos sentimentos ou emoções, também eles, indelevelmente ligados aos “nossos” gostos e cheiros. Na verdade, só reconheceremos um aroma, se já o tivermos um dia experimentado.
Uma das mais interessantes experiências para quem gosta de provar cervejas - tal como acontece com os escanções - é tentar descobrir todos e cada um dos aromas que se desprendem de uma cerveja acabada de abrir. E é uma tarefa difícil. Pelo menos para mim, que não sendo insensível ao cheiro, tenho ainda muito que aprender, ou por outra, muitos aromas para apreender.
Mas em relação a esta cerveja alemã da Schmucker, está longe de ser árdua a tarefa, tal a predominância dos maltes, mas sobretudo os aromas florais.
É uma cerveja de bonita presença no copo. Já a tinha experimentado antes e confirmou a primeira e positiva impressão. Bela espuma, intensa e cremosa, e o corpo rosado a confirmar o nome, e de carácter bem vincado, com os sabores firmes a frutas frescas, também as mesmas notas florais do aroma, e a gaseificação ajuda a torná-la mais leve - o que é extremamente positivo, tendo em vista a generosidade etílica e o facto de se tratar, como é hábito neste tipo de cervejas, em garrafa de meio litro - e muito agradável de beber.
Certamente, uma daquelas cervejas que muitos elegerão como das preferidas para as tardes estivais.

Cervejeira: Privat Brauerei Shmucker Ober-Mossau KG, Alemanha
Vol/Alc: 8% Abv
Ano: 2007
Tipo: Maibock/Helles Bock
Copo: Weizen Glass



A Cerveja para Principiantes (8) - Temperatura de degustação


Uma das questões que cava algumas divergências entre os apreciadores de cerveja, é a temperatura de degustação.
Parte-se do princípio que o “manual da degustação” está definitivamente saneado daquela “infame” norma que rezava que “cerveja, só estupidamente gelada”. Aliás, com a abertura de fronteiras, e a cada vez maior variedade de marcas e tipos de cerveja acessíveis no mercado, seria quase inevitável que esta pacífica e desejada invasão fosse acompanhada de diferentes “educações”.
Assim, a maior parte dos militantes cervejeiros interiorizou que, se uma lager servida acima dos 10ºC será pouco agradável, já uma trapista servida a baixa temperatura, será um atentado ao paladar e um crime de lesa-cerveja.
Contudo, ainda resta na comunidade cervejeira alguma polémica acerca das temperaturas ideais para consumo de cada cerveja, embora hoje já muitas aconselhem no seu rótulo a temperatura ideal da degustação, como a excelente trapista Orval, que recomenda os 12º/14ºC, o que para os hábitos portugueses é pouco menos que uma excentricidade, e que certamente fará rir ainda alguns “bebedores de minis”.
Ao ler alguns sítios, deparei-me com uma amplitude de temperaturas “aconselhadas” muito razoável, o que me deu uma ideia das tais divergências ainda existentes. Cheguei mesmo a ver transcrita a ideia peregrina que apontava o tom ou cor da cerveja, como directamente proporcional á temperatura ideal, ou seja, quanto mais clara, mais fresca deveria ser feita a degustação.
Ora foi face a tal situação que me decidi fazer uma consulta sobre o assunto numa das “bíblias” cervejeiras, a “Great Beer Guide - 500 Classic Brews”, do malogrado guru cervejeiro, Michael Jackson.
E embora as surpresas não fossem excessivas, achei curioso que a amplitude das temperaturas aconselhadas pelo inglês, fosse extremamente apertado, embora com excepções, a mais curiosa das quais será certamente, a para nós estranhíssima Liefmans Gluhkriek, que se deve beber como um “chocolate quente”, a 70ºC, e que, segundo a cervejeira, nos prepara devidamente para os rigores do Inverno


Mas na maior parte dos casos, a TI (temperatura ideal), varia, para MJ, entre os 9º e os 13ºC, sendo que as temperaturas mais baixas são obviamente indicadas para as Lager (mesmo as Dark Lager), as Bock ou as Weisse Beer, e as mais altas para a maioria das Abbey Ale, Stout ou Porter, sendo que nos dois últimos tipos, em alguns casos (em relação às Imperial Stout, sempre), Michael Jackson aconselha os 18ºC. Na maior parte das outras Ale considerava ele que é admissível abrir o leque entre os 10ª e os 13ºC.
No caso das trapistas, como no da já referida Orval, aconselha MJ o seu armazenamento a não menos de 14ºC e o seu consumo a nunca menos de 10ºC.
Naturalmente que para o amador cervejeiro, para além de que tudo isto depende do gosto individual de cada um, seria um preciosismo cumprir com estes parâmetros, nem sequer creio que seria essa a ideia de MJ.
Para o meu gosto pessoal, é evidente que uma boa dose de frigorífico é absolutamente indispensável a qualquer Pilsner (ou mais abrangentemente, qualquer lager) ou Weisse Beer. Tal como não faz sentido beber uma Hoegaarden Witbier ou uma DeuS que não esteja fresquíssima. E no caso da Guinness até discordo de MJ que lhe recomendava um consumo a TI dos 10ª aos 13ºC, porque a prefiro bem mais fresca.
Nos restantes tipos de cerveja, mesmo as Lambic, tenho o cuidado de as retirar do frigorífico uns bons 15 a 20 minutos antes de serem servidas, e no caso das Abbey Ale alargo um pouco esse espaço de tempo, tal como às Imperial Stout.
Depois, há aquelas que mal chegam a ter frigorífico: as barley wine e as trapistas, para as quais tenho um procedimento uniforme. Armazeno-as a temperatura ambiente e sem luz, e no Verão “dou-lhes” 5 a 10 minutos de frigorífico, só para as refrescar muito ligeiramente. No Inverno, sirvo-as à temperatura ambiente.
E sobre o assunto, aceitam-se contribuições.

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posted by Vic at 5/13/2008 03:10:00 da tarde | 4 comments
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Ao que parece, os nossos amigos espanhóis chamam “meme” às chamadas “correntes” que tão má fama gozam por cá, mas que a quase ninguém resiste a continuar. Digo que não sou nada apreciador das ditas, mas esta até é curiosa, e ao mesmo tempo, contribui para divulgar hábitos, e é sempre bom estabelecermos paralelos entre as nossas diferentes culturas.
Ora este, fala da forma como, num bar ou restaurante, pedimos uma cerveja.
Na verdade, não sou muito frequentador de bares - sou-o mais de restaurantes, mas mesmo desses, de forma moderada, pelo que fica explícito que sou intrinsecamente um consumidor caseiro - mas creio estar familiarizado com a gíria habitualmente usada, nomeadamente na região de Lisboa.
Quando se pede uma cerveja de pressão, normalmente aquela que é servida em copos de 20 cl, pedimos um “fino” ou uma “imperial”, sendo este, creio que um termo mais ou menos generalizado em todo o país. Se a sede for maior, podemos sempre pedir uma “caneca” (meio litro), ou uma “girafa” (um litro). Este último termo, suponho ter origem na velha cervejaria Portugália, embora não o possa afiançar.
Actualmente, em alguns luares onde a cerveja é tratada com mais algum cuidado, já há formas de as pedir distintas das anteriores, pelo que o termo “tulipa” também é usado quando se quer, por exemplo, uma Bohemia á pressão, e normalmente a medida é de 30 cl.
Em relação à cerveja de garrafa, é certo que se se quiser uma de 20 cl, a inefável mini, é assim mesmo que é pedida: uma “mini” (habitual visitante de uma aldeia da beira anterior, não raras vezes vi estas cervejas serem pedidas utilizando o termo “menina”, o que tem alguma lógica, pois que é velha a associação cervejas/mulheres). A cerveja de tara corrente, 33 cl, é habitualmente chamada de “média”, ou pelo nome próprio. Como o mercado é escasso, normalmente diz-se: “Quero uma Sagres”. Ou: “Quero uma Super.Bock”.
Portanto, e como se verifica, não impera a imaginação, e nem as variedades são tantas que dêem azo a tal.

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posted by Vic at 5/09/2008 11:58:00 da manhã | 4 comments
terça-feira, 6 de maio de 2008
Há pouco tempo rebentou entre a Ambev (grande cervejeira do Brasil, e distribuidora naquele país de parte substancial das cervejas importadas para o seu enorme mercado) e as ACervAs (Associação de Cervejeiros Artesanais) Carioca, Paulista, Mineira e Gaúcha, entidades criadas por cervejeiros artesanais caseiros, sem fim económico, que têm por objectivo a difusão da cultura cervejeira) uma polémica resultante de um lamentável texto editado pela cervejeira no seu site, em que se criticava uma pretensa falta de qualidade das cervejeiras caseiras. As ACervAs reagiram com um esclarecimento público muito bem fundamentado e com toda a razão do seu lado, e a Ambev acabou por reconhecer o erro, e retirou o texto.
A determinada altura da sua exposição, as ACervAs referem que: "Para a sorte da cerveja e de sua cultura, entretanto, na Europa e Estados Unidos, onde primeiro surgiram os grandes conglomerados industriais cervejeiros, há mais de 30 anos, iniciou-se o movimento denominado por The Craft Beer Renaissance (“O Renascimento da Cerveja Artesanal”), que culminou com o resgate de estilos de cervejas há muito esquecidos, como barley wine, rauchbier, doppelbock, porter, pale ale, entre outros, por exemplo. Assim, teve início o resgate da qualidade da cerveja e valorização de quem a faz, o cervejeiro, e com difusão livre de conhecimentos e experiências. Hoje, apenas nos Estados Unidos, conta-se com mais de 30 mil cervejeiros caseiros e quase 2 mil microcervejarias, que quebrando diversos paradigmas como o da cerveja “estupidamente gelada”, vêm impressionando o mundo, as grandes cervejarias, seus mestres cervejeiros e os consumidores com a qualidade das suas cervejas, ensinando correctamente os consumidores sobre como apreciar e o que esperar de cada estilo de cerveja."
Nada mais certo. Este notável movimento deu origem ao despoletar do engenho e criatividade de muitos cervejeiros e é graças a ele que hoje a cerveja é cada vez mais respeitada, embora ainda por poucos reconhecida como a bebida nobre que é.
Os actuais cervejeiros da De Dolle, em Esen-Bélgica, que reanimaram nos anos 80 do século XX uma cervejeira moribunda, são decerto dos mais inovadores da nova geração cervejeira (se bem que as raízes da casa viessem desde meados do século XIX), e os seus produtos, dignos de grande atenção.
Como é o caso desta Triple, a De Dolle Dulle Teve.
A generosa gola de espuma encimando um corpo alaranjado com alguma suspensão, proporciona sem dúvida um agradável espectáculo para a vista. Mas os restantes sentidos que para aqui são chamados. Os aromas frutados são acentuados - é o pêssego, a maçã, um pouco de abacaxi, talvez, tudo bastantes adoçado - e um irrefutável odor a leveduras.
Os sabores são ainda mais intensos e muito complexos, tendo sempre um fundo de frutos frescos, a citrinos e a especiarias. Mas torna-se muito difícil distinguir todos. No fim, a intensidade mantém-lhe a presença e o vigor extraordinário. Porque esta é uma tripel extraordinária, e o nome (que significa realmente Mad Bitch), não podia ser mais apropriado, porque esta é uma cerveja perigosa: aqueles 10% de Abv notam-se bem, no palato e no pós degustação pode realmente fazer estragos.
Não é portanto indicada a…espíritos sensíveis.
De Dulle Teve (Mad Bitch) - **********




Cervejeira: Brouwerij De Dolle Browers, Esen-Bélgica
Vol/Alc: 10% Abv
Ano: 2007
Tipo: Triple
Copo: Goblet



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posted by Vic at 5/06/2008 03:07:00 da tarde | 2 comments

Ora aí está uma cerveja que nunca passará despercebida, principalmente se for servida no seu quase inacreditável copo. Quem se deparar com ela assim servida, e for medianamente curioso, decerto quererá saber o porquê do insólito objecto.
Quem pensar que é obra do capricho de algum excêntrico, engana-se. Atrás de si, há uma história.
Pauwel Kwak, cuja assinatura aparece gravada no copo, era um cervejeiro dós princípios do século XIX, estabelecido em De Hoorn, e a sua cervejeira era diariamente visitada por um número considerável de diligências de viajantes sequiosos, e que faziam questão de aí matar a sede. Aos respectivos cocheiros, porém, naquela época estava vedado o abandono da carruagem. Ora, a tal situação, decidiu Pauwel tentar obviar de algum modo. E assim foi criado um copo que pudesse ser “encaixado” á diligência, de forma semelhante à com que se encaixa hoje no seu curioso “pedestal”. Que também terá a sua história. Consta que foi criado dessa forma, para que os cocheiros não tivessem que descalçar as luvas - o clima da região é agreste - daí a pega em madeira.
O que posso afirmar também, é que alguns, pouco precavidos com o insólito copo, e respectiva pega, têm, não raras vezes, sido surpreendidos com um indesejado banho de cerveja. Cuidado pois com a 1ª experiência.
Mas para além das curiosidades - até aquela do som que a cerveja faz ao cair no copo, e que se assemelha muito ao “kwak” do nome - a cerveja, outra da Cervejeira Bosteels, é de qualidade assinalável.
Trata-se de uma Belgian Strong Ale, de muita e cremosa espuma, e cor amarelo/acobreado e corpo firme, servido por uma notável carbonatação, que lhe transmite uma facilidade de ingestão tremenda. É uma cerveja…gulosa, e que carece de cuidado, porque os 8%Abv não perdoam.
De aroma franco a maçãs e maltes e especiarias, com sabores a condizer, e que permanece no palato de forma assinalável, embora seja uma cerveja muito “macia”.
Portanto, e como se verifica, da Cervejeira Bosteels só vêm produtos de qualidade.
Triple karmeliet - **********



Cervejeira: Brouwerij Bosteels, Buggenhout, Bélgica
Vol/Alc: 8% Abv
Ano: 2007
Tipo: Belgian Strong Ale
Copo: Kwak Glass



A Cerveja para Principiantes (7) - Os copos


Já aqui falei, logo nos primórdios do blog, da importância do copo na apreciação da cerveja, mas volto hoje a ela, uma vez que se trata de um aspecto que considero importante, e porque os tenho diferenciado nas mais recentes apreciações de cerveja que aqui tenho exposto.
Se é verdade que uma boa cerveja saberá bem em qualquer copo, não o é menos, que a degustação em copo próprio acrescenta alguma coisa ao prazer da degustação. Depois, é também verdade que, sendo as características dos vários tipos de cerveja bem diferentes, óbvio se torna constatar que o copo para cada um dos estilos deverá ter um formato apropriado a acentuar-lhe as virtudes. Afinal, ninguém bebe champanhe num púcaro, ou leite numa “flûte”.
Assim, a seguir se mencionam alguns dos tipos de copos mais habituais, e o tipo de cerveja que cada um melhor servirá:
- Pilsner glass - Esguio o suficiente para conter a espuma e a dar ênfase às gaseificações das cervejas a que se adequa: Pilsner, plis ou tipo pilsner, doppelbock, euro lager, dark lager, Vienna lagger.
Pint Glass - O típico copo inglês, o mais usado nos pubs, e que deve, por lei, conter exactamente um “pint” de cerveja, mais a respectiva espuma. Cervejas a que serve:Bitter, Red Ale, Baltic Porter, Brown Ale, English Pale Ale, Indian Pale Ale, English Porter, English Stout, Irish Red Ale, Milk Stout, Scotch Ale, Oatmeal Ale, Old Ale, Saison/Farmhouse Ale
Weizen Glass - A cerveja de trigo, deverá sempre ser servida neste copo de meio litro, adequado a conter as exuberantes espumas e a apreciar devidamente a riqueza do “corpo” deste tipo de cervejas. Aliás, geralmente as próprias cervejas são vendidas em garrafas com essa capacidade. E são:Wheat beer, Dunkelweizen, Hefeweizen, Kristalweizen,
Goblet, ou Cálice -
Apropriado a grande parte das mais nobres das cervejas, este tipo de copo, resulta na maior parte das vezes num regalo para a vista, uma vez que o esmero que os fabricantes põem na sua feitura, está ao nível das cervejas a que se destina: Abbey Ale, Belgian Pale Ale, Belgian Dark Ale, Trappist Ale.
Cálice (fechado) - Outro copo de que costumam aparecer belos exemplares. Muito semelhantes aos usados na degustação de cognac ou whisky - na Bélgica são mesmo usados modelos pequenos, em sessões de degustação - o formato deste copo é o ideal para reter aromas, especialmente das: Barley Wine, Belgian Strong Dark Ale, Flemish Red Ale, Russian Imperial Stout, Tripel.
Tulipa - Usados em cervejas de espumas intensas - daí o alargar do bordo - a verdade é que o próprio formato, as estimulam, ao mesmo tempo que lhes avivam os “espíritos” e as espectaculares carbonatações. Servem bem a maior parte das cervejas referidas para os dois tipos anteriores, até porque os copos não diferem muito entre si, como se verifica.
Caneca (ou Mug) - Usada especialmente por quem quer beber…muito. Das mais variadas formas e tamanhos, de vidro ou de porcelana, o certo é que levam sempre cerveja bastante. Habitual nas grandes festas da cerveja alemãs, são habitualmente recipiente para cervejas leves e arejadas, mas também são muitas vezes usadas para outras cervejas mais compactas, especialmente stouts e rauchbiers, quando servidas muito frescas, uma vez que as canecas, quando de porcelana, retêm muito bem as baixas temperaturas da bebida.
Flûte - Destinado às cervejas de características “champanhesas“, dispersa rapidamente as substâncias voláteis, realçando assim os aromas, ao mesmo tempo que oferece a excelente visão da intensa gaseificação deste tipo de cervejas. Como por exemplo as: Biére de Champagne/Brut, Pilsner, Lambic, Gueuze, Faro, Eisbock, Dortmunder lager.
Notas finais:
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Normalmente, as cervejeiras vendem (ou oferecem) copos adequados às cervejas por si produzidas. No entanto, algumas têm mais que um tipo de copo à disposição, pelo que esta utilização de copos não obedece naturalmente a regras rígidas. Já vi lambics servidas, quer em “tulipas”, em “flûtes”, ou mesmo em copo parecidos com os comuns de vinho (iguais aos da witbier da Hoeggarden”).


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posted by Vic at 5/06/2008 11:58:00 da manhã | 14 comments
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Nada como espalhar uma dúvida, mesmo que ténue sobre alguma coisa, para despertar o interesse das gentes, nela. Ou então, acentuar-lhe uma peculiaridade que a torne muito invulgar. E porque não, um toque de misticismo?
Ora nestas coisas de despertar a curiosidade do publico para os seus produtos, os cervejeiros da Bosteels, de Buggenhout, não brincam em serviço e a realidade, é que estando a sua produção restringida a três cervejas, qualquer delas é merecedora de atenção especial.
De uma delas, a Deus, esplêndida cerveja brut, já aqui falei sobejamente.
Chega agora a vez desta Triple Karmeliet, que se anuncia como sendo, na sua elaboração, utilizados nada menos que três cereais: o trigo, a aveia e a cevada. Dir-se-ia então que se ostenta Triple no nome, graças a essa complicada combinação de cereais. Mas não só. A cerveja sofre também uma tripla refermentação na garrafa. Pode-se então dizer que merece duplamente o Triple.
Mas esta soberba cerveja merece mais que a simples divulgação de uma conjugação de factores que lhe dão nome. A prova demonstra que a associação dos cereais é perfeita, e que em Buggenhout as experiências, dão invariavelmente resultados notáveis, tal como já se tinha concluído em relação á Deus.
Vertida, a espuma alvíssima, é exuberante, cremosa e duradoura, e o líquido apresenta-se dourado, bonito. Uma carbonatação média, como eu aprecio. Os aromas são adocicados, a frutos maduros e o sabor é complexo. Naturalmente, a junção dos três cereais, tem aí um papel essencial. Bem condimentada, de corpo robusto, percorre e ocupa todos os cantos da boca que tem o prazer de a degustar. E permanece, teimosa e intensa. Etílicamente poderosa - 8%Abv - nunca na prova tal se denuncia. O que é mais uma prova da perfeição da cerveja.
E assim, das cervejas da Bosteels, resta somente por avaliar a Kwak, aquela cervejinha que costuma ser servida num estranhíssimo copo. Brevemente, brevemente…

Triple karmeliet - **********



Cervejeira: Brouwerij Bosteels, Buggenhout, Bélgica
Vol/Alc: 8% Abv
Ano: 2007
Tipo: Abbey Triple
Copo: Tulip



A Cerveja para Principiantes (6) - As Ale (4)


Witbier - Cerveja de trigo de um amarelo pálido, quase a chegar ao branco, translúcidas e de acentuado sabor a limão, o que conjugado com uma carbonatação intensa, as torna extremamente refrescantes e agradáveis. Grau alcoólico normalmente entre os 5 e os 7% de Abv. Excelentes exemplos: Hoegaarden, Colomba, Blanche de Namur.
Berliner Weissbier - Também de trigo, de um dourado pálido, turvas e de espuma cremosa mas pouco persistente, são frutadas e também muito refrescantes. Exemplo: Bahnhof Brau Berliner Weisse
Hefeweizen
- Uma cerveja de trigo muito apreciada, originária do sul da Alemanha, não filtrada e turva, de um dourado pálido, sabores intensos a frutas frescas, boa carbonatação, e espuma exuberante. Servida habitualmente em copos de 0,5l, e como as precedentes, trata-se de uma cerveja muito refrescante. Excelentes exemplos: Scneider Weisse, Erdinger Weissbier, Franziskaner Hefe-Weisser.
Dunlelweizen - Semelhante à precedente, mas de cor escura graças aos maltes (excelentes) que são usados, e um amargo ligeiro, o que, aliado aos sabores marcadamente frutados, as torna também muito apreciadas. Derivada deste tipo de cerveja, há a Weizenbock, uma dunkelweizen mais alcoólica. Exemplos a testar: Edelweiss Dunkel Weissbier, FranzisKaner Hefe-Weisse Dunkel, Erdinger Weissbier Dunkel
Deixo aqui uma nota importante: os tipos de cerveja acima mencionados são relativamente fáceis de encontrar em Portugal. Poderá haver melhores que as mencionados como exemplo, e essas só são apontadas, mercê da boa possibilidade de poderem ser testadas por cá, ao contrário de outras, de qualidade eventualmente super
ior .
Biére de Champagne/Brut - Originária da Bélgica, este é um tipo de cerveja muito recente, e que teve, desde logo, uma grande aceitação. É sujeita a uma longa maturação em caves, e algumas delas, passam parte desse período na região francesa do Champagne, onde são submetidas ao método champanhês, que retira todas as leveduras das garrafas.
Tão carbonatadas como um bom champanhe, apresentam-se habitualmente da mesma forma, em garrafas de 0,75 l., são servidas muito frescas e geralmente possuem um elevado grau alcoólico. Excelentes exemplos: DeuS (Brut de Flandres), Malheur Biére Brut, Malheur Cuvée Royale
Biére de Garde - Cerveja de cor dourada ou acobreada, e de teor alcoólico moderado, é geralmente rica em aromas maltados e a frutas frescas, corpo robusto, e como o nome indica, é propícia a armazenamento para posterior consumo. Muito popular na zona norte de França e Bélgica, são bons exemplos: St. Sylvestre 3 Monts, Jenlain Original French, La Choulette Ambrée.
Bitter - Douradas a acobreadas, são tipicamente britânicas, muito leves e pouco gaseificadas. De sabor suave e baixo grau alcoólico, são na maior parte das vezes, servidas do barril. Exemplo: Charles Wells Bombardier, Young’s Bitter, Brackspear Bitter.
Flemish Sour Ale - Flamenga, é uma daquelas cervejas “difíceis“, com sabores a “chegarem-se” muitas vezes ao avinagrado, e que requer, portanto, alguma habituação, ou educação do palato. De cor avermelhada, medianamente etílicas - entre os 6 e os 8% Abv - são muito complexas de sabores. É uma cerveja que não reúne consensos, que, ou se ama, ou se detesta. Exemplos: Rodenbach Gran Cru, Duchesse de Bourgogne, Rodenbach Vin de Cereale.
Saison/Farmhouse Ale - Uma cerveja que era habitualmente fermentada no Inverno, para ser consumida no Verão. Sabores marcados de frutas, tendem porém a ser secas. Muito boas, tomadas como aperitivo. Exemplos: Saison Dupont, Fantôme Saison, Saison de Pipaix.
De seguida, dá-se conta de outros tipos de ale, menos comuns, e algumas mesmo muito difíceis de encontrar, outras, muito semelhantes a algumas atrás descritas:
Amber Ale, Cream Ale, Scotch Ale, Brown Ale, Traditional Ale, Wood Aged Ale, Gose, Rye Beer, Roggenbier, Kristalweizen, Gooseberry Ale, Spiced Ale, Old Ale, Adam Bier e uma ou outra que me pode ter falhado, e que se alguém notar, agradeço mo indiquem que acrescentarei.


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posted by Vic at 5/02/2008 10:33:00 da manhã | 9 comments