Ruivas, Louras & Morenas

terça-feira, 29 de abril de 2008
O texto hoje é breve, embora pense em alongar-me lá mais para o fim do dia ou amanhã, com o encerramento do capítulo dedicado às Ale.
Então que venho fazer? Pois bem, o companheiro asturiano Chela, emérito editor do excelente Sursum&Corda e confrade do não menos referenciável sítio da Compañia Asturiana Amigos de la Cerveza
mais uma vez me "provocou", apelidando-me de pro-belga, nesta coisa das cervejas, acrescentando desta vez, que descrimino as Ale Inglesas, ao não publicar sequer uma imagem das mesmas.
Pois bem, para provar que tal anda longe da realidade, aqui deixo duas imagens de algumas das belas cervejas oriundas da velha Albion que tenho na minha bieroteca(?), e das quais sou fã incondicional.
Faça-se então prova provada através das fotos, que nada me move contra as cervejas inglesas, antes pelo contrário.
Espero que desta vez seja do teu agrado, amigo Chela.

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posted by Vic at 4/29/2008 11:44:00 da manhã | 7 comments
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Esta Pietra é sem dúvida, uma cerveja que desperta alguma curiosidade, especialmente depois de se ler no rótulo, tratar-se de uma cerveja de castanha. Mas, ao que se lê, há uma pequena região da Alta-Córsega donde é originária a Pietra chamada Castagniccia, cujo nome já quer dizer alguma coisa. Ora, nada mais natural que cada um usar a matéria-prima que lhe está mais á mão, e foi o que fizeram os cervejeiros corsos da brasserie Pietra, que já aqui havia referido a propósito da Colomba, uma “blanche” de boa qualidade.
Também no rótulo, recomenda-se a sua degustação bem fresca, e foi o que fiz.
A espuma é mediana e pouco persistente, e a cerveja apresenta uma cor acobreada bonita. Os aromas a castanha são notórios logo na decantação, e acompanham o gosto a maltes e bem frutado, e sem vestígios etílicos, até porque, neste aspecto, a cerveja é bem moderada, nos seus 6% Abv. O fim de boca é ligeiramente amargo, mas sem excessos e a carbonatação no ponto ideal.
Não sendo uma cerveja extraordinária, esta “dark lager” é bem agradável e companhia recomendada para os dias estivais.
Por fim, direi que não sendo um grande fã das cervejas francesas (exceptuando talvez as de “garde”), as que me têm chegado da Córsega têm-me surpreendido pela positiva.
Pietra - **********



Cervejeira: Brasserie Pietra, Corsega, França
Vol/Alc: 6% Abv
Ano: 2007
Tipo: Darl Lager
Copo: Pilsner Glass



A Cerveja para Principiantes (5) - As Ale (3)


As Ale que se seguem, ou melhor, a “família” de Ale que se segue, é bastante apreciada, e nos últimos anos, graças à dedicação e inovação, nomeadamente por parte de alguns cervejeiros nórdicos e norte-americanos, tem engrossado muito a legião de indefectíveis.
Stout - Para alguns, stout significa “Guinness” e, por associação de ideias Irlanda. Ora esta será uma visão extremamente pobre das multiplas variedades de stout que se podem apreciar.
Resumidamente, poder-se-á definir “a stout” como uma cerveja de espuma generosa, perene e cremosa, corpo muito escuro, a roçar o negro, e aromas e sabores intensos a maltes tostados. Mas como referi, há uma gama muito variada de “stouts”, e são pormenores importantes, o que as diferenciam.
Parece-me que para o “novato” nestas coisas, é mais importante saber distinguir uma lager de uma stout, que uma milk stout de uma chocolat stout. No entanto, aqui se mencionam algumas das características de cada uma:
- Irish Stout (dry) - A Guinness é o protótipo. Seca, como a designação refere, sabor marcado a café.
- Milk Stout (também designada por cream stout) - Contém lactose na sua composição, o que a torna extremamente suave e nutritiva. Excelente exemplo: St. Peters Cream Stout
- Chocolate Stout - Assim chamada porque se utilizam maltes aromatizados, como o chocolat malt, e por vezes utilizando mesmo algumas porções de chocolate na sua elaboração. Bom exemplo: Young’s Double Chocolat Stout.
- Oatmeal Stout - Cerveja a que se adiciona aveia. Um tipo de cerveja actualmente muito apreciado, e que quase desapareceu durante a primeira metade do século XX. O uso da aveia dá-lhe uma espessura inigualável, e os sabores a chocolates e cafés são pujantes. Exemplos: Young’s Oatmeal Stout, Broughton Oatmeal Stout.
- Imperial Stout - A conhecida “Russian Imperial Stout”. Trata-se de uma stout forte, originalmente feita em Inglaterra e tendo como destino a corte dos Czares, daí o seu nome. O elevado grau alcoólico exibido - algumas vezes a ultrapassar os 12% Abv - destina(va)-se a aguentar a longa viagem e a vencer as agruras dos climas gélidos. Corpo muito escuro, quase opaco e intensa presença de maltes torrados. Uma cerveja bem radical. Bons exemplos: Samuel Smith Imperial Russian Stout, Nils Oscar Imperial Stout, Nogne Imperial Stout.
- Porter/Baltic Porter - Não há diferenças significativas entre uma porter e uma stout. Existe mesmo uma corrente de opinião que não as diferencia, e muitas vezes as cervejeiras utilizam um ou outro nome para estabelecer uma ordem em relação ao grau alcoólico das suas cervejas. Exemplos de porters: Baltika 6, Olfabrikken Porter, St. Peters Honey Porter, Fuller’s London Porter.
- Oyster Stout - Pois é, pelos vistos mistura-se mesmo uma mão cheia de ostras durante a fermentação desta stout. E acompanha muito bem um prato dos referidos bivalves. Muito escura e amarga. Exemplo: Marston’s Oyster Stout.
O próximo post, encerrará o capítulo das Ale

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posted by Vic at 4/28/2008 02:16:00 da tarde | 6 comments
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Regressemos pois às boas companhias das cervejas apropriadas ao tempo de calor que se aproxima (?), e novamente a um estilo de cerveja que aprecio particularmente - embora não seja um grande consumidor - , as Lambic.
Esta é uma lambic da excelente cervejeira Liedmans, a tal que esteve para fechar portas há bem pouco tempo - a falência chegou a ser anunciada - não fosse a intervenção atempada da Duvel, que a adquiriu, o que é boa notícia.
Como já frisei, este tipo de cerveja vai muito bem com uma sobremesa, e esta Frambozen é especialmente adequada, embora para ser sincero ela me pareça indicada para…qualquer altura.
Refrescante, algo efervescente, tem muito daquilo que se exige às Lambic: um agridoce extremamente agradável, uma espuma alva e persistente e uma leveza assinalável. Sem exagerar na dose alcoólica que não ultrapassa os 4,5%, e tem uma suavidade que nem a natural acidez lhe retira. Os aromas soltam-se ao saltar da tampa, com os cheiros a frutos silvestres a sobressair, e naturalmente com a framboesa a sentir-se com intensidade. Intensidade que se estende ao sabor, que de tão equilibrado, não deixa transparecer resquícios etílicos, mesmo que a alma do licor estejam bem presentes.
E aquela bela cor rubi que se aprecia á contraluz …imperdível.
Teria sido realmente uma lástima se tivessem deixado desaparecer este notável exemplar de lambic.


Liefmans Frambozen - **********




Cervejeira: Liefmans, Oudenaarde, Belgium
Vol/Alc: 4,5% Abv
Ano: 2007
Tipo: Belgian Strong Ale
Copo: Flûte



A Cerveja para Principiantes (4)


As Ale (2) -


Prossigamos pois com as Ale, e neste “capítulo” irei falar de alguns dos mais complexos e admirados tipos de ale, começando com as cervejas de Abadia.
Abbey Ale - É naturalmente, uma cerveja nascida nas abadias e constituía parte essencial da dieta dos monges- relembre-se que a cerveja era referida pelos eclesiásticos como o “pão líquido”. Ainda hoje mesmo, alguma da que é comercializada pelas grandes cervejeiras, é feita sob licença de abadias que deixaram de laborar, como é o caso da Affligem, outras que nada têm já a ver com as abadias -entretanto desaparecidas - donde lhes vem o nome. Estas são normalmente denominadas “abbey-style ale”
Comecemos, no entanto, por dizer muito sucintamente, que uma abbey ale é forçosamente uma cerveja complexa, geralmente com um grau alcoólico acentuado, e senhoras de uma gama assinalável de aromas e sabores .
Mas falemos das mais importantes cervejas de abadia, as trapistas, que são aquelas que continuam a ser elaboradas nas velhas tulhas dos claustros conventuais dos trapistas, monges que continuam a dedicar-se á nobre arte da cerveja, e de que hoje somente existem já sete mosteiros. Na verdade, o termo “trapista” é uma designação protegida, e só pode ser ostentada juntamente com o conhecido logotipo, por sete marcas de cervejas, das quais seis belgas - Achel, Chimay, Orval, Rochefort, Westmalle e Westvleteren - e uma holandesa, a La Trappe.
Normalmente, das abbey ale (sejam trapistas ou não), fazem-se tipos diferenciados de cerveja:
Dubbel - Cerveja escura, complexa, com alguma carbonatação, geralmente muito aromática e de grau alcoólico mediano (até aos 8/9%Abv), e excelente corpo. Chamada de dubbel por ser sujeita a uma segunda fermentação na garrafa. Excelentes exemplos: La Trappe Dubbel, Chimay Rouge, Westmalle Dubbel.
Tripel - Dourada, na sua elaboração, a quantidade de malte é elevado e a espuma muito consistente. O grau alcoólico é mais elevado que nas dubbel, e os aromas muito acentuados, bem como os sabores, generosamente frutados, mas também etílicos. No entanto, são geralmente cervejas muito equilibradas e por isso, das mais apreciadas. Óptimos exemplos: Chimay Blanche, Maredsous 10ª, Achel 8º, St. Bernardus Tripel 8º, Dulle Teve 10º (Mad Bitch).
Quadruppel - Um luxo de cerveja! É sem dúvida, aquele tipo de cerveja que dificilmente não deixa “marcas”. Resumo de uma quadruppel (tarefa árdua, tendo em conta a complexidade destas cervejas): muito malte, pouco lúpulo, presença de açúcares que lhes acentuam o carácter alcoólico - que pode atingir os 12% de Abv - e um corpo escuro e notavelmente denso, aromático e de sabores marcadamente vínicos, ou, se se preferir, licorosos. Excelentes Exemplos: Rochefort 10, Westvleteren 12º, Pannepot, St. Bernardus 12º.
Muito mais haveria a dizer sobre as cervejas de abadia, que são tão antigas como a nossa civilização, mas sobre elas há uma imensidão informativa na rede. Passemos pois a outras.
Barley Wine - Este estilo de cerveja é dos mais fortes, sendo que a sua graduação alcoólica pode facilmente ultrapassar os 12/13º . Apesar disso, o cuidado e apuro que geralmente os cervejeiros põem na feitura deste tipo de cerveja, é quase sempre um produto de qualidade extra. Tanto, que as Barley Wine envelhecem bem. Isto é, se a generalidade das cervejas o conselho é “beber logo que possível”, tendo em vista a sua fácil oxidação, a Barley Wine comporta-se como um bom vinho ou champanhe - poder-se-á dizer o mesmo de algumas Trappistes - e uma estadia de 12 a 18 meses em caves, só a beneficiarão e lhe apurarão os sabores a frutos e bem lupulados, e torná-la-ão alicorada de tal forma, que qualquer vestígio de álcool a mais se dissipará, podendo-se então, desfrutá-la em toda a sua plenitude. Excelentes exemplos: Anchor Old Foghorn, Thomas Hardy Old Ale, Bass Nº1, Old Nick.
- Uma nota à parte, para referir que na minha óptica (e para o meu gosto), estas Barley Wine, tal como as Quadruppel, "preferem" ser servidas, quase à temperatura ambiente, tal a complexidade dos sabores. Como se sabe, o gelo "queima". A mão de quem lhe pega ...tal como o paladar.
(continua)


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posted by Vic at 4/21/2008 01:39:00 da tarde | 7 comments
terça-feira, 15 de abril de 2008
As Ale, como já referi, são cervejas de fermentação alta - isto é, são fermentadas a temperaturas mais elevadas, e assim fermentam mais rápido que as lagers - e habitualmente são possuidoras de aromas e sabores mais marcados que as lagers, e a sua complexidade faz delas as preferidas de grande percentagem de amadores cervejeiros.
Algo complexa também, é a sua divisão por categorias - facto que me faz dividir o post em duas edições - , sendo que algumas vezes os “experts” na matéria se dividem na catalogação de alguns exemplares. A título de exemplo, a célebre Bush Ambré, classificada habitualmente como Belgian Strong Ale (na rotulagem refere-se apenas que é a “belgian strongest ale”), era considerada pelo célebre guru cervejeiro Michael Jackson recentemente falecido, como Barley Wine, catalogação com a qual até nem discordo muito. De qualquer forma, e tratando-se este pequeno ensaio de um resumo do essencial para o principiante cervejeiro, far-se-á o possível por dar uma informação simplificada e acessível.
Os países mais pródigos em Ales são o Reino Unido e a Bélgica, embora a progressão deste tipo de cerveja noutros países se tenha vindo a acelerar notavelmente nas últimas décadas, e na actualidade a oferta de países como a França, Holanda, Estados Unidos e especialmente nos países Escandinavos é já, nuuns casos assinalável, noutros, mesmo extraordinária. A origem da palavra Ale é estritamente inglesa, e era usada para designar toda a cerveja, antes da introdução dos lúpulos no século XV, via Países Baixos.
Mas vamos aos vários tipos de Ales:
Pale Ale - Na sua feitura é usado um malte de cevada claro. É um dos tipos preferidos nos pubs ingleses, e o seu grau alcoólico é muito variável e o seu “fim de boca” pode ser marcadamente amargo. A Bass e a Fuller’s London Pride são dois excelentes exemplos deste tipo de cerveja.
Indian Pale Ale - De cor clara a acobreada e sabores marcados, são uma derivação das Pale Ale, mas com uma maior predominância de lúpulos que ajudam à sua conservação, que, quando foram criadas, era condição essencial para poderem enfrentar as longas viagens até às Índias (daí o nome) e aos distantes súbditos britânicos. Bons exemplos da IPA: Dark Star IPA, Young’s Special London Ale. Este tipo de cerveja, tem ainda algumas derivadas como a American Pale Ale (a Anchor Liberty Ale é é excelente exemplo), e a Double IPA, mais forte e mais carregada de lúpulos e maltes, carácter alcoólico bem acentuado, originária da West Coast. Exemplos: Hair of the Dog.
Belgian Ale - Neste caso o nome diz tudo. Belgas, naturalmente. A qualidade das ales belgas veio a aperfeiçoar-se ao longo dos séculos, e conseguem lugar de destaque no panorama cervejeiro universal, no século XX. Bem distintas das inglesas, a sua diversidade é grande. Normalmente, o equilíbrio de aromas e sabores é essencial, tal como a sua complexidade que estabelece a qualidade da bebida. O teor alcoólico é moderado. Este é um retrato muito resumido de uma belgian ale que no entanto, deriva numa extensa lista de sub-tipos, com grandes afinidades, mas também com grandes diferenças, entre si, e de que darei conta em nota á parte. Bons exemplos: Duvel, De Konnink, Palm.
Kolsch - Kolsch é uma espécie de zona demarcada à volta de Koln, na Alemanha, e só as cervejeiras dessa zona são autorizadas a utilizar tal designação. Muito claras e cristalinas, têm um bouquet muito fresco e uma efervescência acentuada. Porém, é um tipo de cerveja delicado e pouco aconselhável ao armazenamento prolongado. Exemplos: Reissdorf Kolsch, Gaffel Kolsch, Ramsdorfer Kolsch.
Altbier - E se as Kolsch são de uma zona delimitada de Koln, as Alt são produto de Dusseldorf (por tal facto, por vezes são também designadas por Dussel), embora já existam alt’s de outras proveniências. É um género de pale ale, e ao contrário das kolsch, dá-se bem com o armazenamento, por isso, por vezes, o seu envelhecimento em cascos De sabor requintado e aromas frutados, é uma cerveja normalmente muito equilibrada. Bons exemplos: Schumacher Alt, Schlosser Alt.
Irish Red Ale - As ruivas irlandesas, são cervejas de sabor ligeiramente adocicado, os lúpulos e maltes usados são suaves, pelo que se tornam cervejas “fáceis” de beber, embora haja a tendência para as servirem demasiado frescas, o que lhes “queima” sabores. Exemplos: Kilkenny, Beamish.

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posted by Vic at 4/15/2008 03:59:00 da tarde | 4 comments
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Há alturas para tudo. Até para agradecer a generosidade involuntária. Até porque a gratidão é um sentimento…bonito, digamos. E a que vem isto agora, mais a mais, acompanhado de uma foto da divina Duvel?
A explicação é simples: devo à Duvel a descoberta da verdadeira cerveja.
Na verdade, eu como muitos neste cantinho da Península, não esperava mais de uma cerveja, do que aquilo que uma “imperial” - sagres ou sb - podia dar: alguma frescura no verão, motivo para conviver uma horas com uns amigos, companhia para debates acalorados sobre futebol, política ou qualquer outro tema de conversa.
Mas certa vez ao passar por um supermercado, chamou-me a atenção aquela garrafa atarracada tão diferente das esguias portuguesas, e peguei-lhe. Li o rótulo e acho que pensei:”Hum, belga? Mas os belgas fazem cerveja? Deve ser para acompanhar os mexilhões e as batatas fritas: O quê? 8,5% de grau alcoólico? Mas isto é quase vinho!” Pus a garrafinha à contra-luz e observei. Olhei o preço:”Ena, muito mais cara que as nossas. Mas também, uma vez não são vezes. Porque não experimentar?”.
E pronto, foi assim que travei conhecimento com uma das mais extraordinárias cervejas produzidas por esse mundo fora, e para nosso prazer, divulgada o suficiente para nos chegar facilmente às mãos, bastando para tanto uma rápida deslocação ao supermercado mais próximo. Foi ela que me despertou a paixão pela cerveja, e a vontade de percorrer o mundo através da nobre bebida. Desde então, e tendo já experimentado um respeitável número de outras cervejas, nunca mais a exuberante loura de espuma interminável a transbordar a “tulipa” - que ostenta ela também orgulhosamente aquelas cinco letrinhas que perfazem o nome mágico - faltou no meu frigorífico, seja em garrafa de 33cl ou de 75 cl, seja Inverno ou Verão.
Perdão, minto. Verifico agora que se me acabaram, portanto, desculpem lá, mas vou ali ao supermercado num instante e já volto.


Duvel - **********



Cervejeira: Brouwerij Duvel Moortgat, Belgium
Vol/Alc: 8,5% Abv
Ano: 2007
Tipo: Belgian Strong Ale
Copo: Tulip



Nota - A Cerveja para Principaintes, volta quando eu regressar do supermercado!


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posted by Vic at 4/14/2008 03:18:00 da tarde | 2 comments
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Faço hoje um intervalo nas “cervejas de Verão” para abordar uma de tipo bem diferente, a Achel Brune.
Já aqui a tinha abordado, embora de forma ligeira, aquando de uma viagem a Madrid, onde me foi dada a oportunidade de saborear este produto superior da engenharia cervejeira dos monges trapistas. Esta origem, a de ser trapista, é só por si, uma garantia de estarmos em presença de um super produto, tal a qualidade que os monges cervejeiros imprimem ao que lhes sai das mãos e da sabedoria secular.
E eu não escondo nem renego a minha devoção a este tipo de cerveja.
Esta Achel - a menos conhecida das 6 trapistas - foi servida com um queijo amanteigado muito semelhante as nosso queijo da Serra mas recheado de nozes, e degustada com vagar ao balcão da minha cervejaria preferida em Sevilha, a Cerveceria Internacional, que aqui já referi.
A minha predilecção pela cervejaria é fundada não só na grande variedade de cervejas que exibe, mas também na simpatia do dono que dá sempre dois dedos de conversa, na qual embrulha por vezes alguma informação útil, e desta não faltou com ela, embora não tenha sido a melhor. É que eu procurava as apreciadas cervejas dos Melbourne Bros, e ele informou-me que o importador madrileno que as trazia para terras dos nossos vizinhos, tinha fechado portas. O que perspectiva uma longa seca em relação ás desejadas cervejas. Mas adiante…
A Achel Brune, é o que se pode chamar de cerveja completa: espuma alva e mediana (há quem não dispense, ou mesmo considere indispensável uma boa “gola”, eu sei), corpo de castanho escuro com reflexos rubi, denso, profundo, de aroma marcadamente doce, a frutos secos, sultanas, e um leve aflorar de álcool, que não lhe retira sedução. O sabor, esse é muito complexo: maltes e frutados em sintonia, uma densidade licorosa, e um after taste persistente, tão pujante que se sobrepôs mesmo ao do queijo, já de si bem activo.
Trata-se portanto, de uma aventura a repetir, nem que para isso se tenha que viajar longe, porque esta Achel Brune merece-o.


Achel Brune - **********


Cervejeira: Brouwerij der St.Benedictus - Abdij de Achelse, Belgiuum
Vol/Alc: 8,0% Abv
Ano: 2007
Tipo: Trappist Ale (Dubbel)
Copo: Globet


A Cerveja para Principiantes (3)


As Lagers (1) -
As Lagers, originárias do centro da Europa, constituem um dos grandes grupos de cervejas, e, fora de dúvida, as mais divulgadas em todo o mundo. Creio mesmo não me enganar muito, se afirmar que para o comum do consumidor o universo cervejeiro se resume às lagers.
Geralmente, as lagers-tipo apresentam-se com espuma generosa, gaseificação elevada, corpo dourado e cristalino, boa presença de lúpulo e uma relativamente baixa graduação alcoólica. E ressalvo o “geralmente”, porque as lagers se dividem em vários tipos, alguns deles bastante diferentes deste retrato robot. Contudo, e como a distinção entre algumas variedades é tão pequena que por vezes só se fazem algumas distinções por capricho de experts, exporei somente aquelas que me parecem relevantes. Portanto vejamos:
Pilsner - Porventura a mais divulgada das cervejas. Original da República Checa, é imitada por todo o mundo, sendo que um dos produtos checos de grande qualidade, a Budweiser, viu mesmo o nome ser-lhe usurpado por uma macro-cervejeira norte-americana, que vende por todo o mundo uma bebida chamada Bud, a que apelidam de “cerveja”, o que só serve para confundir os incautos, e dar mau nome à nobre bebida. Mas voltando às verdadeiras pilsner, estas apresentam as características que mencionei para a generalidade das lagers. Bons exemplos: Budweiser Budvar, Pilsner Urquel, Bitburger Premium Pils.
Bock - Bock em alemão quer dizer cabra, e as suas origens são tão antigas, que mesmo a sua designação envolve muitas dúvidas. É uma cerveja mais escura que a pilsner devido à maior inclusão de maltes que lhe conferem também uma maior suavidade, de sabor mais acentuado e maior grau alcoólico. As Bock têm ainda sub-tipos, como as Doppelbock e as Eisbock, distintas nos processos de laboração. Exemplos: Aass Bock, Amstel Herfstbock, Brick Bock, Dock Street Iluminator, Kaltenberg Ritterbock.
American Style Lager - Uma derivada das celebradas pilsner, mas nitidamente mais clara e com menos corpo. Muita vezes o arroz entra na sua composição e o lúpulo presente é quase nulo. Miller e Bud são os nomes mais conhecidos deste tipo.
Dunkel - É uma cerveja tradicional da região de Munique, muito escura, com um sabor suave e acentuado em maltes próprios da região e que são responsáveis pela sua coloração. O teor alcoólico é médio. È sem dúvida, um dos meus tipos preferidos. Exemplos a considerar: Weltenburger Kloster Barock-Dunkel, Erdinger Dunkel, Steiner Ur-Dunkel.
Marzen - Trata-se de uma “pale lager” mais forte, destinada a assinalar o fim da época cervejeira, em fins de Março, e tendo em vista os meses seguintes. São muitas as cervejeiras a fazerem a sua “marzen”, pelo que referiur exemplos é difícil, mas destacaria as marzen da Ayinger ou da Paulaner, esta tendo em vista até a sua divulgação por cá.
Oktoberfest - A festa de Outubro de Munich é assinalada por esta cerveja, que é especialmente confeccionada para o efeito pelas grandes cervejeiras da região, como a Lowenbrau, a Spaten, Hofbrauhau, Thomas Kemper Oktoberfest.
Schwarzbier - Ou Cerveja Negra. Esta cerveja, também ela tipicamente alemã, é muito escura e com fortes sabores a café e a chocolates. Como as Dunkel a sua cor é-lhes transmitida pelos maltes utilizados na sua feitura, e o seu grau alcoólico é mediano. Extremamente agradáveis, poder-se-iam confundir com porters ou stout, não tendo contudo o vigor destas. A experimentar: Koztritzer, Wurzburger Hofbrau Schwarzbier, Schweizer Steiger.
Rauchbier - Estas cervejas de Bamberg (Alemanha), fumadas (rauch), são muito apreciadas ou…detestadas. O “fumo” é utilizado para secar o malte, que é exposto perto de fogueiras ou lareiras, processo que as torna únicas, e que aprecio particularmente. São disso exemplo a Aecht Schelenkerla Rauchbier,
Steam Beers - Esta é uma cerveja originária da Califórnia, e o seu nome deriva do facto de no seu processo de elaboração se utilizar uma temperatura mais elevada na fermentação, do que aquela que é usada habitualmente nas lagers. A não perder: Anchor Steam Beer (aliás, foi esta cervejeira que registou o “Steam”, pelo que as concorrentes se denominam de California Commons).


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posted by Vic at 4/11/2008 02:53:00 da tarde | 6 comments
terça-feira, 8 de abril de 2008
Já aqui referi o cuidado que os ingleses põem na apresentação das suas cervejas, e esta Bishops Finger é um belíssimo exemplo dessa hábito de “fazer, mas fazer bem”. Face a uma garrafa desta cerveja, o que quase apetece - um exagero - dizer é que só a garrafa vale o dinheiro, tal o requinte.
Bom, mas a cerveja propriamente dita, também tem que se lhe diga porque não é daquelas que se bebe por beber.
Se a espuma, avara, se esgota num ápice, já o corpo cristalino não passa desapercebido, na sua cor bronzeada, que lhe advém, segundo os cervejeiros do Kent, do malte exclusivo produzido na sua quinta de Denne Hill e ao lúpulo dourado do East Kent.
Trata-se de uma strong bitter, o que só por si já é quase uma garantia de presença de odores marcadamente maltados . O que é comprovadamente verdade. De sabores, poder-se-á dizer, que são intensos e os característicos a este tipo de cervejas: lúpulo em quantidade a emprestar-lhe aquele amargor tão ao gosto dos amadores cervejeiros, maltes e frutas frescas, bastantes para satisfazer um palato exigente. E o tal amargo final permanece, muito para além do tempo da prova. Do álcool, nem “cheiro”. Mas está lá.
Voltando novamente à apresentação: o momento de nos desfazermos da garrafa, agora vazia, será certamente o único momento quase doloroso da experiência.


Bishops Finger - **********



Cervejeira: Shepherd Neame, Kent, UK
Vol/Alc: 5,4% Abv
Ano: 2007
Tipo: Strong Bitter
Copo: Bitter Glass


A Cerveja para Principiantes (2)


Prosseguindo neste pequeno passeio pelo mundo da cerveja, e uma vez que referi que as cervejas se dividem em duas grandes famílias, deveria agora iniciar a descrição resumida de cada sub-tipo de lagers ou ales. Mas não. Decidi-me a iniciar este capítulo com um tipo de cervejas que se mantém fora da catalogação referida, as Lambic, em primeiro lugar porque se crê ter sido o primeiro de todos os tipos de fermentação a ser utilizado, naturalmente, e depois, porque tem sido uma variedade de cerveja com na qual, ultimamente, tenho andado bastante interessado.
Ao contrário das lagers ou ales, nas quais são usados meios de fermentação cuidados, as Lambic sofrem uma fermentação espontânea, expostas que são aos fermentos e bactérias selvagens do vale do Senne, onde se localiza Bruxelas, e de onde são exclusivas. Li algures que os produtores destas cervejas evitam manipular os fungos ou varrer teias de aranha que naturalmente se instalam nas suas tulhas de fermentação, pois tal iria alterar o sabor das suas cervejas. Bom, imagino que por cá, estes cervejeiros já teriam entrado em guerra aberta com a ASAE.
Este tipo de fermentação atribui, naturalmente, sabores distintos às cervejas. São geralmente muito aromáticas, “secas”, e algo licorosas, devido á quantidade de açucares apresentados. O gosto que permanece é normalmente um pouco ácido.
Mas as Lambic não são todas iguais. Também elas se subdividem: existem as Puras (Unblended), Gueuze, as Faro e as Fruit.
As Puras, são aquilo que o nome indica - não têm quaisquer adições - e bastante raras.
As Gueuze resultam da mistura de lambics novas e velhas (2/3 anos) . Geralmente pasteurizadas, passam por um período de envelhecimento o que lhes confere qualidades acrescidas e que as aproxima de um bom champagne. Infelizmente para mim, o meu conhecimento das Unblended e das Gueuze é meramente empírico, uma vez que não tive até hoje oportunidade de as experimentar. Exemplos de gueuze: Cantillon, Frank Boon.
As Faro são lambics às quais são adicionadas açúcares. Muito agradáveis, constituem-se como bons aperitivos, mas dado o seu carácter adocicado, um salgado para acompanhar, aconselha-se. Conheço a Faro da Timmermans e da Lindemans. Ambas muito agradáveis.
Às Fruit Lambic são adicionadas frutas, normalmente cerejas ácidas (denominadas Kriek), framboesas (Framboise ou Frambozen), pêssego (Peche ou Pecheresse), havendo outras variedades embora bem menos divulgadas. Depois, são envelhecidas em barris, por tempo variável, segundo o produtor. Dado o seu carácter adocicado e leve, são excelentes cervejas para acompanhar sobremesas. Aprecio sobremaneira a Mort Subite Framboise, a Lindemas Frambozen, a Timmermans Kriek, a Lindemas Pecheresse ou a BellVue Kriek.
Outras referências são as cervejas fabricadas pela De Troch, Girardin ou a 3 Fonteinen.


De referir, para terminar, que as Lambics são normalmente cervejas de baixo teor alcoólico, raramente ultrapassando os 5% de Abv, facto que aliado ao seu natural adocicado, as torna muito populares entre as senhoras.

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posted by Vic at 4/08/2008 10:19:00 da manhã | 2 comments
segunda-feira, 7 de abril de 2008
A Krombacher é daquelas cervejas que só me atrevo a beber nos dias de estio. Normalmente, desde começos de Outono a meados de Primavera, a minha cerveja diária é bebida a uma temperatura quase ambiente, e seria estranhíssimo não se beber uma Krombacher com o copo a “transpirar” e a denotar a estadia prolongada no frigorífico.
A Krombacher, cerveja pilsner que não deixa ficar mal o seu tipo, muito dourada e cristalina, leve e cheia de gás, clama por sol e calor. Com uma espuma alvíssima a deixar anéis no copo, solta do seu corpo limpíssimo, tons florais e a malte, com sabor acentuado, amargo quanto baste e uma permanência na boca suficiente para provar o seu carácter, é sobretudo uma cerveja…descomplexada. Sóbria na sua intenção simples de nos fornecer uns momentos de prazer e frescura.
Krombacher Pils - **********



Cervejeira: Krombacher Brauerei, Alemanha
Vol/Alc: 4,8% Abv
Ano: 2007
Tipo: Pilsner
Copo: Flûte



A Cerveja para Principiantes (1)



Cervejas várias 2

Sugere-me um ilustre visitante - que se diz leigo na matéria - deste meu canto, que escreva algo simples sobre a cerveja, ou por outra, que a traços largos, esboce uma resenha breve sobre a nobre bebida, sua história, variedades, aromas e sabores, e mais algo que esclareça os menos familiarizados com a cerveja.
Nada me dará mais prazer. Mas a tarefa, que à primeira vista parece simples, tem as suas complexidades, tal como algumas cervejas mais elaboradas. Decidi então fazê-lo aos poucos, em episódios breves, não fosse uma extensão excessiva de um post, aborrecer irremediavelmente o incauto leitor, e a que decidi chamar “A Cerveja para Principiantes
Da história da cerveja, que vem de tempos imemoriais como provam crónicas tão antigas como algumas originárias da própria Suméria, donde virão as suas mais remotas origens, não falarei, até porque a rede tem inúmeras fontes donde o interessado poderá beber as suas informações.
Começarei pois, directamente pelos tipos de cerveja que se poderão encontrar, não olvidando a informação primária, que a bebida é composta na sua essência por água, lúpulo e cevada (ou outra matéria-prima - arroz, trigo, aveia… - capaz de só por si produzir amido), e obtida através da sua fermentação através de leveduras, sendo que a adição de outros produtos - como açucares ou extractos de frutas, por exemplo - é vulgar. No entanto, e curiosamente, é muitas vezes a qualidade da água da região, a principal responsável pela qualidade de uma cerveja.
Assim, os dois principais tipos de cerveja existentes são as lagers e as ales, sendo que a diferença entre os dois estilos se estabelece primordialmente pelo tipo de fermentação a que são sujeitas.
As Lagers, são as mais comuns e comerciualizadas, e resultam de uma fermentação baixa, apresentando normalmente cor clara e elevado grau de gaseificação, e apresentam sabor meridianamente amargo, sendo de baixo teor alcoólico (normalmente não excedendo os 5/6%).
As Ales, são cervejas de alta fermentação, muitas vezes sem pasteurização e normalmente de sabor mais complexo e acentuado, menor gaseificação e um grau alcoólico que pode mesmo exceder o dos vinhos comuns, chegando nalguns casos - raros - a atingir os 20/25%, sendo no entanto que na sua generalidade variam entre os 4/5% e os 10/11% por volume. E ao contrário das lagers, que normalmente são servidas frias, as ales preferem uma temperatura de consumo mais temperada e idealmente aproximada, na maior parte dos casos, à da temperatura ambiente, única forma de podermos desfrutar de toda a paleta de aromas e sabores.
Mas resumir-se assim os tipos de cervejas seria pouco elucidativo e redutor, pois que cada um dos dois tipos, se subdivide por sua vez num apreciável número de espécies.
Disso falarei no próximo capítulo

Cervejas váriias1




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posted by Vic at 4/07/2008 04:20:00 da tarde | 4 comments
quinta-feira, 3 de abril de 2008
O título do post é estranho, não é? Eu explico: um vírus que não devia gostar de cerveja (só mesmo um vírus pode não gostar de cerveja), deixou-me sem pio durante uns dias. Mas pronto, já me recompus e cá estou novamente, portátil a salvo e a bom recato, e pronto para relatar novas “expedições” cervejeiras.
Entretanto, os dias de verão parecem ter vindo para ficar, e aproveitei para ir novamente a um dos meus sítios de cerveja preferidos da capital, a República da Cerveja, que além de ter umas cervejas um pouco mais originais do que é comum nas outras cervejarias, está situado num local de privilégio, com a ponte Vasco da Gama lá ao longe, espalhada sobre um Tejo sereno e banhado de sol.
As novidades não são muitas, mas recomendam-se. Como sempre, fui bem recebido e na carta, que quanto a comeres não apresentava grandes alterações, lá estava a minha cerveja preferida, entre todas as que se fazem por estas bandas, a “malte de whisky”, que este ano me pareceu mais apurada que o costume. Espuma abundante e persistente, corpo dourado e cristalino, aroma a maltes fumadas bem pronunciado. No gosto, mais intenso que o de anos anteriores, lá estavam os bons sabores do fumeiro, o lúpulos no ponto, e uma gaseificação apropriada. Uma bela cerveja para acompanhar um bom naco de bife da vazia grelhado, como foi o caso.
Novidades então: o responsável pelas mesas, muito simpático, e que me dá sempre dois dedos de conversa, falou-me da próxima abertura de uma “nova” República da Cerveja na estação do Rossio, agora renovada. O magnífico edifício merece no seu átrio este novo atractivo, e mais uma vez os responsáveis da RC tiveram olhinhos na localização, bem no centro da Baixa, ora tão carecida de pontos de interesse que a revitalizem. Disse-me também que, dada a receptividade das cervejas da casa, este ano tinham decidido engarrafar uma quantidade moderada da sua Weiss. Infelizmente para mim, o lote já se tinha esgotado. Esperemos que na próxima tenha mais sorte.
Bom, e no fim a conta nem magoou a carteira, o que é sempre de apreciar.
P.S.- A seguir, vou trazer umas quantas cervejas que penso adequadas à época,



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posted by Vic at 4/03/2008 02:15:00 da tarde | 2 comments