Ruivas, Louras & Morenas

sexta-feira, 22 de junho de 2007
Há certas verdades que tomamos como definitivas. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, e elas por vezes vêm donde não esperamos. Concretizo: até há pouco, tinha uma opinião pouco lisonjeira sobre a qualidade das cervejas que se fazem em Espanha. A verdade definitiva: as cervejas espanholas são de fraca qualidade.
Até há pouco, porquê? Porque nos últimos tempos, tenho recebido sinais indicativos que os ventos são de mudança e que essa mudança vai na direcção certa. O universo cervejeiro espanhol, afinal não se reduz às imbebíveis Mahou, Cruzcampo ou San Miguel. Diria que em Espanha, as cervejeiras estão atentas ao que de melhor se faz no resto do mundo e tentam não perder terreno.
A primeira prova chegou-me “há pouco “ , segundo indicação de um nosso ilustre compatriota que está a aperfeiçoar-se na industria alimentar numa empresa espanhola sedeada na belíssima cidade de Granada. Falou ele então de duas cervejas fabricadas pela Alhambra, cervejeira daquela zona mas com distribuição nacional, a Mezquita e a Reserva 1925. A opinião sobre as duas era positiva, e corroborava por quem mais as tinha já experimentado. Ida a Espanha e naturalmente a experiência aguardada,
Se a Mezquita não me merece grandes encómios, já a Reserva 1925 fez jus aos elogios. A originalidade começa na garrafa, sem rótulo, e em que tudo está inscrito em alto relevo na própria garrafa, esta de um verde bastante agradável. Aberta, a cerveja revela um “colarinho” generoso acima de um corpo dourado escuro e solta aromas a malte e frutas, tudo presente num sabor muito agradável que permanece na boca por um bom tempo. Um pouco adocicada - uma característica pouco comum nas cervejas espanholas - acaba por assim disfarçar de alguma forma o seu ABV de 6,4º. Assim, e dado o gasoso muito presente que a torna uma cerveja “fácil”, há que ter atenção e cuidado.
A Reserva 1925, não sendo uma surpresa completa, é-o pelo menos, tendo em conta a sua origem.
Excelente cerveja.


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posted by Vic at 6/22/2007 06:31:00 da tarde | 0 comments
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Um recente comentário do meu ilustre amigo Bruno, impulsionador primeiro do melhor site português sobre cerveja, o “Cervejas do Mundo“, reflectia, ainda que não implicitamente, sobre os danos causados pela globalização na indústria cervejeira, ou mais precisamente, na micro-cervejaria.
Resumindo, dizia ele que, mal aparece uma micro cervejeira a produzir um produto de qualidade que dá nas vistas e “ameaça “ conquistar um lugar no panorama nacional ou internacional, logo surge uma macro a procurar sufocá-la, ou, pelo menos absorvê-la. E quando tal acontece, o que é quase sempre, normalmente o produto perde muita da sua identidade.
Estou completamente de acordo com a reflexão. E ao mesmo tempo bendigo a teimosia daquelas pequenas industrias que resistem ao assédio, para que nos seja permitido usufruir daqueles pequenos tesouros gastronómicos que saem das suas fermentações.
Algumas são já lendárias, como é o caso da que hoje trago, a cerveja trapista Westvleteren, maturada na Abadia de Sint Sixtus, na Bélgica. Esta cerveja, dada a sua reduzida produção, torna-se tão difícil de encontrar que por vezes deverá haver quem suponha que se trata de mais um mito. Tudo isto suportado pelas muitas histórias contadas por amantes de cerveja, algumas verdadeiramente épicas, na demanda do sagrado néctar. Ou ainda pelos preços verdadeiramente astronómicos pedidos por alguns sites na net, por um exemplar da tão almejada cerveja.
Faço parte daquela legião de malquistos da fortuna que ainda não tive o prazer de provar qualquer dos produtos dos monges trapistas de Sint Sixtus, e uma visita à abadia, nomeadamente ao In the Vrede, a loja anexa onde se vendem os seus produtos, está, por enquanto, longe do meu horizonte, pelo que só me resta sonhar que um dia destes tenha acesso ao cálice sagrado, repleto com uma Westvleteren 12. Sim, que sonhar não custa nada.
P.S.- Ah! Li há uns dias que a Cerveceria El Flabiol em Barcelona, deverá ter, ocasionalmente as Westvleteren, em fins de Agosto. Precisamente na altura em que farei uma visita à bela cidade de Gaudi! Que tal, hein?


 
posted by Vic at 6/20/2007 03:38:00 da tarde | 2 comments
terça-feira, 19 de junho de 2007
A peregrinação madrileña terminou num espaço minúsculo que não ultrapassa os 14,4m2. E no entanto tem lugar no Guinness Book of Records. Reza o opúsculo que a Oldenburg é a cervejaria com mais cervejas - todas de importação - por metro quadrado. Tendo em conta a exiguidade do espaço, cair-se-á na tentação de menosprezar o record ostentado, e ignorá-lo. No entanto, tal seria uma omissão lamentável.
A Oldenburg, que se situa a poucos metros da já referida L’Europa tem uma lista de cervejas extraordinária. Na altura em que ingressou no Guinness, referia este cento e quarenta e tal cervejas. Hoje serão mais de duzentas, percorrendo praticamente todo o mapa mundial cervejeiro digno de menção, desde as incontornáveis alemãs e belgas, às australianas e americanas, embora estas estejam representadas em número restrito.
O ambiente é muito acolhedor. Por todo o lado, garrafas e copos, algumas das primeiras, verdadeiras raridades. Atrás do balcão, o dono e mestre cervejeiro, que ostenta nas poucas paredes disponíveis alguns diplomas de expert na arte. Li algures que a ele se devem algumas indicações que serviram à feitura da cerveja Te Deum, de que falarei aqui um dia destes. À entrada somos logo recebidos por uma simpática hospedeira que nos apresenta a famosa lista, que, como já referi, é extensa.
Por curiosidade, as duas primeiras que solicitei tinham acabado.
Não recordo qual teria sido a primeira. A segunda foi uma Corsendonk Abbey Brown Ale, cuja lacuna foi preenchida por uma da mesma marca, a Agnus Pale Ale, servida, como é normal, no seu copo original e a uma temperatura perfeita. A minha companhia optou por uma Pecheresse da Lindemans. O acompanhamento: uma tábua de queijos franceses - pagos, claro, e uma pequena tigela de amendoins. O preço foi o esperado.
O balanço geral é muito positivo, embora o tempo disponível tivesse sido pouco. E fica sempre o lamento de mais não se poder ter conhecido, uma vez que sei que, principalmente nesta zona onde se situam as cervejarias que mencionei, existem outras do género, e a merecerem visita. E um lamento acrescentado, por, por cá, continuar a haver muito pouco do género.


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posted by Vic at 6/19/2007 03:46:00 da tarde | 0 comments
sexta-feira, 15 de junho de 2007
O segundo vértice do “triângulo madrileño” situa-se numa das saídas da bela Plaza Mayor, no nº 3 da Calle Cuchilleros, e chama-se Cafeeke. É um pequeno bar belga, ao que dizem aconchegado, mas não cheguei a entrar, o dia estava muito bonito, era hora de almoço e eu não resisto a uma boa esplanada. Ao que me consta, tal facto evitou-me conhecer a dona, que dizem ser uma simpatia, o que foi pena, pois que me daria talvez a conhecer mais sobre a casa. Mas adiante.
O empregado, ao mesmo tempo que me entregava a lista, indicava-me que neste mês a Te Deum estava numa espécie de promoção visto perfazer 5 anos de existência. Bom, a Te Deum é uma boa cerveja, mas é bastante comercializada em Espanha, ainda tenho algumas em casa e eu estava ali para beber algo que me fosse mais difícil encontrar. E a lista era bastante extensa. Tanto que me custou decidir . Optei por uma trapista - o meu tipo de cerveja favorito - e como não havia Westvleteren(ahahah! Pois!), escolhi uma Achel enquanto a minha companheira pediu uma Chapeau Lemon. Esta vinha fresquíssima, e a minha rondaria os 8/10º, que para o dia que estava, seria o ideal.
Na verdade, a Achel é uma excelente cerveja - cor escura, muita espuma que vai deixando anéis no copo e uum aroma a caramelo pelo ar, embora no género, a minha preferida continue a ser a espantosa Rochefort Trappiste 10. E vinha servida como deve ser, e como seria de esperar de um bar que reivindica as suas origens belgas. Para acompanhar, como aperitivo trouxeram uns pequenos croquetes picantes. Poucochinho, claro. Por isso, pedimos o almoço, que a Achel é perigosa quando cai num estômago quase vazio. Vieram umas asinhas de frango com batatas fritas, e uns croquetes de camarão. Não estava mau, embora não fosse nada de assinalável.
Os preços das cervejas não vinham inflacionados, e o almoço saiu relativamente barato, pelo que um retorno á Cafeeke se justifica plenamente, ainda para mais porque fica num sítio bonito da capital espanhola.


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posted by Vic at 6/15/2007 07:39:00 da tarde | 9 comments
quinta-feira, 14 de junho de 2007

É verdade que o português se pode queixar de que, enquanto o seu vizinho espanhol dá pulos em frente todos os anos no que toca a desenvolvimento, por cá também se vão dando…mas no sentido inverso. É verdade que o nível de vida apresentado pelos espanhóis se distancia mais do nosso.
Mas há uma coisa de que o português não se pode queixar: a sua capital mantém a dos espanhóis a milhas, pelo menos no que concerne a beleza natural, a arejamento. É verdade, Lisboa, só pelo pela sua beira-rio e pelos seus miradouros, vale bem Madrid e arredores. Muitos arredores. Pena que em muitos aspectos se mantenha num marasmo inexplicável. Em muitos desses aspectos, Lisboa está longe de parecer uma capital europeia. E como aqui se fala de cervejas, é nessa vertente que penso quando lamento o nosso atraso.
Numa recente deslocação a Madrid, curta diga-se, tive o cuidado de visitar algumas das suas cervejarias. Naturalmente que não será um paraíso como Bruxelas ou outra cidade belga, mas ainda assim…
Para não me estender muito, direi que visitei um trio de cervejarias que se situam muito perto umas das outras. Tinham-me sido antecipadamente recomendadas, e os “avisos” não caíram em saco roto.

Comecei pela L’Europa, situada na Calle Cardenal Cisneros. Por fora parece estreita. Engano. Mal se entra tem-se a noção da amplidão da sala. É sobre o comprido e no fundo, faz um “L”, local indicado para grupos. De um lado, o balcão, bem comprido e no qual sobressaem as “fontes” de cervejas, bem como, num dos seus topos, uma quantidade enorme de copos grifados de uma notável variedade de marcas de cerveja.
A lista de cervejas é extensa, quer de pressão - creio que pelo menos umas 8 ou 9 - quer de garrafa. Optei por uma S. Bernardus Abt 12, que me surgiu servida em copo a condizer, espuma abundante e temperatura indicada para o tipo de cerveja. Para acompanhar, três taças de aperitivos: uma com “bolas” de queijo, outra excelente com umas cornucópias salgadas, e outra ainda com pipocas. O serviço não foi só simpático. Foi solícito, e o empregado, depois de uma breve conversa, posto a par da minha dificuldade em arranjar por cá muitas daquelas cervejas, prontificou-se a vender-me algumas que não conseguisse por Madrid.
Em resumo: a minha primeira surtida cervejeira por Madrid, revelou-se um sucesso total.


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posted by Vic at 6/14/2007 03:02:00 da tarde | 2 comments
segunda-feira, 11 de junho de 2007

Sempre apreciei uma boa cerveja. Acho que a certa altura me terei decidido intimamente a, ao invés de me manter fiel a uma só marca - por exemplo, a Duvel daria um bom “casamento” - que iria experimentar muitas outras, voltando no entanto, e sempre que possível, às mais amadas. E quando assim se decide, estamos sujeitos a provar do bom e do mau.
Desde já faço notar, que se leio a alguém que me merece confiança que tal ou tal cerveja são más, certamente não as provarei. Se escreverem ou disserem simplesmente que não gostaram, aí o caso muda de figura e dou-lhes o benefício da dúvida.
A esta Queue de Charrue Blond, da Brasserie Vanuxeem nunca vi elogios por aí além, mas também nunca lhe li críticas severas. Portanto, decidi-me a saboreá-la em acompanhada de um queijo Gouda (ah! os nossos queijos não têm comparação, que pena os preços serem tão pouco atraentes!). A cervejinha - vem numa garrafinha de 0,25cl - revelou-se bonita, como uma meio loira, de espampanante cabeleira platinada a atirar para o branco cremoso. Muito gasosa, a dar uma sensação vivificante, não tem aromas muito marcantes, mas a presença alcoólica (9ºABV), conforme reza o rótulo, bem resumido, por sinal) é bem marcada e oculta de certa forma outros sabores.
Fora a textura interessante, esta cerveja está longe de ser notável, embora seja bebível o suficiente para merecer uma segunda oportunidade


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posted by Vic at 6/11/2007 03:59:00 da tarde | 0 comments
domingo, 10 de junho de 2007
Nestas coisas da cerveja, parece-me a mim que os belgas têm sempre mais um argumento para nos surpreender. Não lhes bastava ter as cervejas que habitualmente lideram os rankings dos especialistas - isto dos rankings é muito subjectivo, porque os gostos divergem, nesta matéria como em tudo na vida - e toca de arranjar algo diferente. E a inovação veio de uma das brasseries possuidora de dois produtos de grande qualidade - a Kwak e a Tripel Karmeliet - a Bosteels.
Confesso que quando soube da existência desta cerveja e das suas características, logo a curiosidade me invadiu. É que segundo constava, a segunda fase da cerveja, passava pela região champanhoise, onde lhe seria dado um tratamento digno do melhor Champanhe. Champanhe! Foi a palavra mágica que fez soar as campainhas da minha imaginação. Sim, champanhe, a par da cerveja a minha bebida favorita. Como seria então um cruzamento das duas bebidas?
E a garrafinha da poção mágica voou das terras de Astérix na minha mala, na barriga de um avião da TAP, e eu de coração nas mãos, receoso que algo de mal acontecesse ao precioso líquido, tão desprotegido e longe da minha vista. Não, não rezei. Mas tentei-me.
Por fim, já descansado em casa, a bela garrafa foi posta em descanso no frigorífico, á espera de ocasião condigna para a sua inauguração. Que não demorou. E se a data era especial, a cerveja mostrou-se á altura.
A rolhinha fez o plop característico dos bons champanhes, o líquido de um dourado cintilante pleno de gás, escorreu para as flûtes encimado por um colarinho branquíssimo e generoso, e aromas cítricos e florais espalharam-se pelo ar. E o sabor não desmerece aquele aspecto festivo, uma vez mais com os citrinos a marcar uma presença forte, num corpo fortemente musculado com uns 11,5º ABV.
Confesso: converti-me à Deus definitivamente!.
Tratar-se-á sem dúvida de uma cerveja algo controversa, os mais puristas dirão que se trata de um híbrido. Qual quê? Mas se assim fosse…tratar-se-ia de um híbrido espectacular! E como não há milagres, o preço é a condizer.
Uma experiência memorável, esta Deus, Brut de Flandres!


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posted by Vic at 6/10/2007 09:11:00 da tarde | 3 comments
quarta-feira, 6 de junho de 2007
A República da Cerveja, no Parque das Nações, é das poucas "aventuras" cervejeiras sazonais que conheço por cá. Se bem que a carta seja reduzida, vale a pena uma deslocação. Quanto á comida, não se espera milagres, nem golpes de imaginação: tal como as outras cervejarias, gira tudo à roda do bife nas suas várias qualidades e modo de cozinhar, dos mariscos, e pouco mais. Na da cerveja, para além de toda a gama da SB (o que não surpreende, porque pertence ao universo Unicer), pode-se optar por uma Guinness ou uma Kilkenny. Mas obviamente, será muito mais interessante a experiência com as "artesanais" que se servem.
Há uns tempos, experimentei a de whisky, e apesar do primeiro embate ter sido estranho, talvez por causa daquele travo a fumo que não está muito nos meus hábitos, a cerveja acabou por agradar. Enquanto a minha companhia optava por uma "Artesanal", uma lager fresca e muito carbonatada, que provei e não me trouxe qualquer surpresa, optei por uma "Puro Malte", que, segundo a "carta", terá sido confeccionada com um malte especial, que lhe confere aquela coloração dourada. E é verdade, embora o aroma não seja acentuado, sabe bem a malte torrado, ligeiramente frutado, e tem um amargo/doce que a torna agradável, até porque á vista também é bastante atraente, com o seu colrinho branco que perdura medianamente.
Da carta constavam ainda a Stout, uma Bock da Einsbeck e uma Pilsener, que ficam para a próxima visita.
O ambiente da RC enferma do mesmo defeito das suas congéneres: sala open space, demasiado barulho. Pode-se optar pela esplanada, que é bem mais agradável se o tempo o permitir, o que desta, não foi o caso.
Uma nota para o atendimento: sem ser demasiado atento, é relativamente rápido e um pedido meu - que se relacionava com o facto de poder ou não adquirir o copo em que fui servido - só não foi atendido assertivamente, por uma falha ocasional.

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posted by Vic at 6/06/2007 05:13:00 da tarde | 0 comments
segunda-feira, 4 de junho de 2007


(Duvel=Diabo)
A ingratidão é uma das características menos agradáveis da nossa personalidade. E de vez em quando lá nos toca pela porta. Depois, lá vem o arrependimento, muita vez tardio.
Espero que o meu, pelo menos desta vez não o seja, A conversa, à laia de auto-crítica, vem a propósito dessa magnífica loura chamada Duvel, da Brasserie Duvel Moortgat.
È que ainda não a havia referido, e no entanto, foi graças a ela que comecei a minha aventura neste fascinante mundo da cerveja.
Provavelmente, será por estes dias, uma das cervejas belgas mais divulgadas no nosso país, e raro é o hipermercado que não a tem no escaparate em garrafas de 0,33cl, e menos assiduamente, em garrafas de 0,75cl. O português menos dado a estas “madurezas” de conhecer cerveja, olhará para ela e torcerá o nariz ao preço, logicamente acima dos das cervejas nacionais. Mas ela merece cada cêntimo.
Logo na altura em que se verte para o copo, saltam à vista os atributos “físicos”: espuma extra, imaculada e preguiçosa. E aquela cor dourada…não deixa ninguém indiferente. Servida no seu copo próprio, uma túlipa bem aberta, mostra-nos na sua transparência, a abundante gaseificação que a enche, e a nós, de vida, e exala um aroma a fruta madura.
Depois, salta na boca, gulosa, deixa-se beber sem pudor, aquele ligeiro amargo/doce a correr todos os cantos da boca, a apoderar-se dos sentidos de quem a toma. E se regozija por o ter feito.
A Duvel, é sem dúvida uma das mais felizes cervejas que experimentei, e não tenho dúvidas, uma das que terá mais admiradoras em todo o mundo. Merecidamente.
O seu TA, contudo, aconselha à moderação, até porque aqueles 8º anunciados, ou me engano muito, ou são descaradamente excedidos.


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posted by Vic at 6/04/2007 08:21:00 da tarde | 0 comments
domingo, 3 de junho de 2007


Grande Leffe!
 
posted by Vic at 6/03/2007 05:21:00 da tarde | 0 comments
sexta-feira, 1 de junho de 2007

Há nomes que enganam. Este é um deles. A bebida não tem nada de mortífero. A não ser que os seus criadores se quisessem referir à fatal sedução que ela exerce sobre quem a encontra.
Não vai a minha predilecção para as cervejas com sabores, mas tenho que confessar a minha relação excelente com esta. O colarinho é generoso e ligeiramente rosado e dura, dura, dura…A cor, um rubi extraordinário que lhe é fornecido pela framboesa que lhe está na génese, merece ser contemplada plácida e indolentemente estirado numa espreguiçadeira à beira-mar. Vale a pena ver aquele exuberante líquido à contra luz, vivo , colorido, efervescente.
Depois, é uma bebida exemplar, agrada a homens e mulheres de igual forma. Desenganem-se os machões com tendência para a olhar com desdém: esta cerveja tem pouco de doce, apesar do “fundo” frutado.
Mas como não há bela sem senão, trata-se de uma cerveja “gulosa“ , daquelas que “atrás duma, apetece logo outra “, o que pode ser fatal - lá está mais uma das razões plausíveis para o nome - uma vez que os 4,2º de TA, não são desprezíveis, nem o bebedor que sinta a compulsão de enveredar por esse caminho deverá deixar de os ter em conta.
A Mort Subite Extreme, produto do grande grupo Alken-Maes - o mesmo que distribui a Grimbergen - , é uma Lambic que merece atenção. Principalmente nas tardes de verão intenso que se aproximam, pois que se deve beber bem fresca.


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posted by Vic at 6/01/2007 07:27:00 da tarde | 4 comments