Ruivas, Louras & Morenas

domingo, 10 de junho de 2007
Nestas coisas da cerveja, parece-me a mim que os belgas têm sempre mais um argumento para nos surpreender. Não lhes bastava ter as cervejas que habitualmente lideram os rankings dos especialistas - isto dos rankings é muito subjectivo, porque os gostos divergem, nesta matéria como em tudo na vida - e toca de arranjar algo diferente. E a inovação veio de uma das brasseries possuidora de dois produtos de grande qualidade - a Kwak e a Tripel Karmeliet - a Bosteels.
Confesso que quando soube da existência desta cerveja e das suas características, logo a curiosidade me invadiu. É que segundo constava, a segunda fase da cerveja, passava pela região champanhoise, onde lhe seria dado um tratamento digno do melhor Champanhe. Champanhe! Foi a palavra mágica que fez soar as campainhas da minha imaginação. Sim, champanhe, a par da cerveja a minha bebida favorita. Como seria então um cruzamento das duas bebidas?
E a garrafinha da poção mágica voou das terras de Astérix na minha mala, na barriga de um avião da TAP, e eu de coração nas mãos, receoso que algo de mal acontecesse ao precioso líquido, tão desprotegido e longe da minha vista. Não, não rezei. Mas tentei-me.
Por fim, já descansado em casa, a bela garrafa foi posta em descanso no frigorífico, á espera de ocasião condigna para a sua inauguração. Que não demorou. E se a data era especial, a cerveja mostrou-se á altura.
A rolhinha fez o plop característico dos bons champanhes, o líquido de um dourado cintilante pleno de gás, escorreu para as flûtes encimado por um colarinho branquíssimo e generoso, e aromas cítricos e florais espalharam-se pelo ar. E o sabor não desmerece aquele aspecto festivo, uma vez mais com os citrinos a marcar uma presença forte, num corpo fortemente musculado com uns 11,5º ABV.
Confesso: converti-me à Deus definitivamente!.
Tratar-se-á sem dúvida de uma cerveja algo controversa, os mais puristas dirão que se trata de um híbrido. Qual quê? Mas se assim fosse…tratar-se-ia de um híbrido espectacular! E como não há milagres, o preço é a condizer.
Uma experiência memorável, esta Deus, Brut de Flandres!


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posted by Vic at 6/10/2007 09:11:00 da tarde |


3 Comments:


At 15 de junho de 2007 às 17:05, Blogger galvao99

E logo os produtores de duas das minhas cervejas favoritas. Existe alguma similitude de paladar da DeuS, Brut de Flandres com a Kwak ou a Tripel Karmeliet?

É realmente tentador. Num caso desses, para mim, a ocasião especial seria mesmo a abertura e degustação da garrafa.

 

At 15 de junho de 2007 às 17:07, Blogger galvao99

do conteudo, está bem entendido :)

 

At 15 de junho de 2007 às 18:52, Blogger Vic

De comum diria que tem...a qualidade, Galvão99. De resto, muito pouco, a não ser talvez um dourado de vivo e uma carbonatação intensa, que a karmeliet também terá embora em bem menos quantidade.
Como digo, é um excelente produto, com o que de bom pode ter uma cerveja e um champanhe. Se puder, experimente mesmo.
É uma das minhas favoritas, embora não se possa beber com assiduidade, face ao preço