Ruivas, Louras & Morenas

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Se há paraísos, para o apreciador de cerveja a Holanda, neste caso mais preciso, Amsterdam, será um deles.
Numa muito recente deslocação, pude verificar a verdadeira paixão que os holandeses nutrem pela bebida, muito semelhante à dos belgas, e da sua simpatia e disponibilidade para esclarecer as dúvidas do espantado viajante.
Iniciei a peregrinação pelo bar Golem, mesmo por trás da Damm. Antes de continuar, duas notas que ajudarão a compreender porque as minhas “aventuras” foram de certo modo condicionadas: a primeira, é que não bebo fora das refeições, abrindo raríssimas excepções. A segunda, é que o meu bem estar aconselha-me a evitar sítios frequentados por fumadores.
Ora o Golem, que não foge á regra dos restantes bares de Amsterdam, tem uma atmosfera saturadíssima, até porque se encontrava quase superlotado, e o recinto é escassíssimo. Penso mesmo que para os holandeses é impensável beber uma cerveja sem um cigarro a acompanhar. E de acompanhamentos para cerveja…nada. Pelo que tive abrir mesmo duas excepções aos meus hábitos, mas a perspectiva era irrecusável: o Golem, na sua extensa carta exposta em ardósias nas paredes e bem legíveis, exibia a Westvleteren 12, o maior mito cervejeiro da actualidade.


Quase incrédulo, perguntei ao barman, excepcionalmente simpático e interessado no esclarecimento de dúvidas, se tinha mesmo a West, ao quue ele respondeu de imediato: “Of course. Is on the board”. Pedi uma, e para a minha companheira, que é uma apreciadora de lambics, uma Liefmans Frambozen, a tal cerveja que corre risco de desaparecer, face á recente falência da cervejeira,
Claro que a West foi servida à temperatura ambiente, e a Liefmans, quase.
Mas deixem-me falar da West: só assistir à decantação é quase uma orgia: no copo original, uma espuma cremosa, de dois dedos, que não dura muito, e um corpo escuríssimo, profundo, com reflexos rubi.
Depois, a degustação que se revelou uma experiência do outro mundo: muito aromática, grande complexidade, com laivos de passas de uva, ervas aromáticas, caramelo. O sabor é consequentemente, também ele muito complexo, embora a certa altura nos pareça estarmos mais perante um licor que de uma cerveja, não fora a ligeira carbonatação. Suavíssima, uma agradável viscosidade que toma conta do palato, por onde espalha sabores a frutas doces, a citrinos e a mel. O alcool é perceptível, mas não se sobrepõe a tudo o resto, pelo contrário. Podem crer, o aquecimento do organismo é instantâneo.
Uma cerveja perfeita.


Westvleteren 12 - **********




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posted by Vic at 2/06/2008 12:46:00 da tarde |


5 Comments:


At 6 de fevereiro de 2008 às 22:43, Blogger Capitão-Mor

Parabéns pelo teu espaço!

 

At 8 de fevereiro de 2008 às 22:28, Blogger Paulo Feijão

Caro Almeida,

Agora você pegou pesado, não conte mais comigo por aqui hehehehe

Abraços

 

At 9 de fevereiro de 2008 às 12:50, Blogger VdeAlmeida

Obrigado, Capitão-Mor :-)

 

At 9 de fevereiro de 2008 às 12:50, Blogger VdeAlmeida

Só pode ser brincadeira, Amigo Feijão

Grande Abraço

 

At 11 de fevereiro de 2008 às 00:36, Blogger Paulo Feijão

Claro que é brincadeira meu nobre amigo, mas que pegou pesado nesse post pegou, nos indicando o caminho das pedras na Holanda, e degustando a tão almejada Westvleteren.

Com certeza terá sempre minha visita por aqui, como já lhe disse, sua escrita é muita prazerosa ao falar da nobre bebida.

Abraços