Foi reflectindo nestas frivolidades da minha vida comezinha que há dias me sentei numa esplanada, aproveitando os tímidos sorrisos que o sol ainda nos vai oferecendo, e sem mais que fazer, pedi um café - coisa que faço pouco fora de casa - e entretinha-me a perder o olhar na multidão, quando me vem ao ouvido descuidadamente a conversa de dois jovens se tinham sentado na mesa ao lado. Um deles pediu uma cerveja, e o outro perguntava-lhe como é que ele conseguia beber cerveja no Inverno. Claro que aquilo tinha tudo que ver com o tipo de cervejas que há à disposição por cá, mas sobretudo com a temperatura a que a cerveja costuma ser servida. Mas veio-me à mente uma conversa que há poucos dias tinha tido com a minha filha, ela que também gosta razoavelmente de cerveja, em que ela me dizia que com este tempo lhe apetecia menos a bebida.
Pois a mim, nem mesmo o tempo de brumas me afrouxa o gosto pela cerveja, e nem sequer opto sempre por cervejas mais “quentes”, por assim dizer, como as cervejas de natal ou de abadia, apesar de delas gostar muito. Não faço questão, e acabo por beber a que mais me apetece na altura, ou se se proporciona de experimentar uma novidade, ainda melhor. Mesmo que seja uma “blanche” que sabe divinamente se servida muito fresca.
Foi o que se passou com esta excelente Timmerman lambic Blanche. Já me andava a “picar” há uns tempos, até porque destas witte, por cá, a Hoeggarden é quase monopolista, e queria estabelecer uma comparação.
E a cerveja não se saiu nada mal na comparação. Servida fresca em copo próprio - por sinal muito parecido com o da Hoeggarden - mal poisou no copo, atirou-me com um suave aroma a citrinos e a fruta madura. Menos efervescente do que seria de esperar, apesar de tudo, o suficiente para refrescar perfeitamente o sequioso bebedor, mesmo que tenha acabado de atravessar o Sahara.
Muito suave, descomplexada e leve, é sem dúvida uma boa companhia para uma tarde despreocupada, e a acompanhar com uns pedaços de queijo da Serra, como foi o caso, ou qualquer outro que não tenha um sabor demasiado marcado.
Por mim, fiquei satisfeito por me ter travado de razões com esta “belga”, que não se mostrou em nada inferior à sua compatriota mais conhecida.
Etiquetas: Timmermans Blanche Lambic
At 16 de janeiro de 2008 às 14:33, Paulo Feijão
Caro Almeida
Um ótimo ano pra ti, muito sucesso neste ano que nos traz ainda mais esperanças de cervejas boas e vida com mais paz.
Estou eu a fazer uma degustação de Wit beer, tenho 4 modelos, inclusive uma brasileita de um pessoal do Rio Grande do Sul, estou ancioso pois tenho boas referências dela, e você com seus textos bem descritos e com cervejas espetaculares continua sendo minha leitura obrigatória.
Passei seu contato para um grande amigo que esta ai pra estas bandas, ele esta na Espanha, e gosta de cerveja o tanto quanto nós, espero que consigam se encontrar ai, e sobre cervejas, as novidades no Brasil continuam a surgir, a ultima postei no blog, e vem mais este ano, se realmente quiser algo, é só falar.
Abraços nobre amigo, e um 2008 ótimo para ti.
At 19 de janeiro de 2008 às 11:41, Vic
Caríssimo Feijão
É um prazer voltar a ter-te por aqui.
Esta época tem sido muito ocuupada e isso reflecte-se no abandono a que tenho votado este meu cantinho e às visitas aos amigos que não tenho feito.
Quanto ás novidades, vou agora por-me em dia, amigo.
Abraço, meu amigo, e um ano de 2008 muito feliz e com óptimas cervejas