Ruivas, Louras & Morenas

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Cada um de nós tem uma estação do ano preferido, e creio que preferência terá muito a haver com o nosso feitio, ou até com a época da vida que se atravessa. Parece-me que, com o correr da idade nos vamos tornando mais sensíveis àquelas cores quentes das folhas no Outono, e deixamos para trás os nossos entusiasmos estivais, ou as frescuras primaveris.
Foi reflectindo nestas frivolidades da minha vida comezinha que há dias me sentei numa esplanada, aproveitando os tímidos sorrisos que o sol ainda nos vai oferecendo, e sem mais que fazer, pedi um café - coisa que faço pouco fora de casa - e entretinha-me a perder o olhar na multidão, quando me vem ao ouvido descuidadamente a conversa de dois jovens se tinham sentado na mesa ao lado. Um deles pediu uma cerveja, e o outro perguntava-lhe como é que ele conseguia beber cerveja no Inverno. Claro que aquilo tinha tudo que ver com o tipo de cervejas que há à disposição por cá, mas sobretudo com a temperatura a que a cerveja costuma ser servida. Mas veio-me à mente uma conversa que há poucos dias tinha tido com a minha filha, ela que também gosta razoavelmente de cerveja, em que ela me dizia que com este tempo lhe apetecia menos a bebida.
Pois a mim, nem mesmo o tempo de brumas me afrouxa o gosto pela cerveja, e nem sequer opto sempre por cervejas mais “quentes”, por assim dizer, como as cervejas de natal ou de abadia, apesar de delas gostar muito. Não faço questão, e acabo por beber a que mais me apetece na altura, ou se se proporciona de experimentar uma novidade, ainda melhor. Mesmo que seja uma “blanche” que sabe divinamente se servida muito fresca.
Foi o que se passou com esta excelente Timmerman lambic Blanche. Já me andava a “picar” há uns tempos, até porque destas witte, por cá, a Hoeggarden é quase monopolista, e queria estabelecer uma comparação.
E a cerveja não se saiu nada mal na comparação. Servida fresca em copo próprio - por sinal muito parecido com o da Hoeggarden - mal poisou no copo, atirou-me com um suave aroma a citrinos e a fruta madura. Menos efervescente do que seria de esperar, apesar de tudo, o suficiente para refrescar perfeitamente o sequioso bebedor, mesmo que tenha acabado de atravessar o Sahara.
Muito suave, descomplexada e leve, é sem dúvida uma boa companhia para uma tarde despreocupada, e a acompanhar com uns pedaços de queijo da Serra, como foi o caso, ou qualquer outro que não tenha um sabor demasiado marcado.
Por mim, fiquei satisfeito por me ter travado de razões com esta “belga”, que não se mostrou em nada inferior à sua compatriota mais conhecida.


Timmermans Lambic Blanche - **********


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posted by Vic at 1/09/2008 03:19:00 da tarde |


2 Comments:


At 16 de janeiro de 2008 às 14:33, Blogger Paulo Feijão

Caro Almeida

Um ótimo ano pra ti, muito sucesso neste ano que nos traz ainda mais esperanças de cervejas boas e vida com mais paz.

Estou eu a fazer uma degustação de Wit beer, tenho 4 modelos, inclusive uma brasileita de um pessoal do Rio Grande do Sul, estou ancioso pois tenho boas referências dela, e você com seus textos bem descritos e com cervejas espetaculares continua sendo minha leitura obrigatória.

Passei seu contato para um grande amigo que esta ai pra estas bandas, ele esta na Espanha, e gosta de cerveja o tanto quanto nós, espero que consigam se encontrar ai, e sobre cervejas, as novidades no Brasil continuam a surgir, a ultima postei no blog, e vem mais este ano, se realmente quiser algo, é só falar.
Abraços nobre amigo, e um 2008 ótimo para ti.

 

At 19 de janeiro de 2008 às 11:41, Blogger Vic

Caríssimo Feijão

É um prazer voltar a ter-te por aqui.
Esta época tem sido muito ocuupada e isso reflecte-se no abandono a que tenho votado este meu cantinho e às visitas aos amigos que não tenho feito.
Quanto ás novidades, vou agora por-me em dia, amigo.

Abraço, meu amigo, e um ano de 2008 muito feliz e com óptimas cervejas