Como uma vez referi, até há uns anos atrás, entre nós, a cerveja dos EUA era uma miragem porque a imagem que por cá passava era a da malfadada Bud, uma lager sem graça, uma espécie de água com um leve travo a cerveja e que nem para refrescar serve. Ora como não havia outra para comparar, julgaríamos nós que, por lá, a industria cervejeira era incipiente e até desprezível.
“Good Beer, No Shit” é a frase lapidar que consta no rótulo de algumas das cervejas da Flying Dog. E podiam os cervejeiros da Flying Dog pô-lo em todas (preferiram: Good People Drink Good Beer, o que também é simpático), porque é a verdade nua e crua, não se trata de um vão auto elogio. E asseguro que no caso em apreço, é uma crença que advém da experiência
Desta “imperial porter” pode-se dizer que cumpre com todos os requisitos que se exigem a uma porter tradicional: tem uma espuma cor de chocolate e “imperial”, um corpo maciço escuro e com reflexos quase sanguíneos à contra luz, pouca carbonatação inversamente proporcional ao aroma e sabor intensos a chocolates e maltes tostados. Dos 7,8º de Abv marcados no rótulo nem vestígios, quer ao nariz, quer às papilas gustativas, o que demonstra bem do equilíbrio desta moreníssima da Flying Dog.
Sem remorsos, desta, bebem-se duas seguidas: uma a acompanhar uma boa carne assada, outra como sobremesa
Cervejeira: Flying Dog Brewery
Vol/Alc: 7,8% Abv
Ano: 2010
Tipo: Imperial Porter
Etiquetas: Flying Dog Brewery, Gonzo Imperial Porter

At 6 de julho de 2010 às 22:53, Fernando Cardoso
Cada vez que digo a amigos "não-iniciados" nestas lides cervejeiras, que os Estados Unidos são actualmente o país mais interessante em termos de cerveja, vejo olhares incrédulos e insinuações várias à minha sanidade mental. Ou seja, a nossa percepção da cerveja do Tio Sam anda de mãos dadas com a definição dos Monty Python: "It's fucking close to water".
Felizmente que hoje em dia conseguimos ter na Europa alguns bons exemplos daquilo que de bom se faz no outro lado do Atlântico. A Flying Dog é sem dúvida um nome a reter, não só por esta Gonzo, mas pela consistência na qualidade em todo o seu portfólio.
At 11 de julho de 2010 às 20:36, Vic
É mesmo verdade, embora me pareça que a Bélgica, no que diz respeito a qualidade, mantém a liderança. Mesmo no campo das Stout, que não são uma das especialidades deles, já fazem algumas muito boas.
Agora, estando de acordo contigo, não posso deixar de acrescentar que o mercado norte-americano pode ser muito interessante (e excelente), mas duvido que alguma vez consigam chegar a fazer uma Westvleteren :)
Abraço e obrigado pela participação
Vic