Ruivas, Louras & Morenas

domingo, 15 de julho de 2007
Há desafios que se aceitam despreocupadamente. Outros, que pelo insólito, nos levam a ter alguns cuidados com o modo como os enfrentamos.
Com as cervejas, não há que ter receios, mas convém que nem todas as precauções sejam descuidadas.
E esta é uma daquelas cervejas que requer cuidados especiais. Estranha-se a originalidade do copo, extravagante, e é com ele que nos devemos primeiramente preocupar, nomeadamente no seu manuseamento. É um recipiente sem base, o fundo é pontiagudo e assenta numa base de madeira escavada adequadamente, mas convém que a mesa não balance e que não haja descuido quando se pousa após cada gole.
Depois, há o cuidado a ter com a maneira de deitar a cerveja no copo. É que esta cria uma super espuma, pelo que tem que ser vertida muito lentamente, e mesmo assim, teremos sempre uma larga parcela do copo preenchida com a dita.
A Leute (leute em flamengo significa prazer ) é, tal como se pode ler no rótulo, uma bokbier. É verdade que não estou muito familiarizado com este tipo de cerveja, e a princípio estranhei-a. Debaixo daquela espuma cremosa e cor de canela, um líquido muito escuro, quase negro, com notas apimentadas a marcarem o aroma. No sabor, misturam-se as especiarias, da pimenta á canela e ao gengibre, com “pegadas” longínquas de caramelo, e laivos de cidra. À medida que se bebe, torna-se cada vez mais agradável, mas a verdade é que esta cerveja, de tão original, torna-se de difícil catalogação.
Duas notas finais: a primeira para dizer que, a garrafa é bonita, com um rótulo explicativo o bastante e a condizer com a beleza do copo. A segunda tem a ver com o bode (ou a cabra?), presente no copo, rótulo e tampa, e que, ao que consta, se prende com a criação de caprinos que se fazia na quinta onde a cerveja nasceu em 1927.


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posted by Vic at 7/15/2007 11:52:00 da manhã |


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