Mas se no campo dos vinhos, muitos dos amadurecimentos só beneficiam os ditos, no da cerveja a coisa fia mais fino, e rara é a que resiste sem oxidação ao passar (exagerado) dos anos - dai a imposição recente da eu da aposição de data de validade nas garrafas - embora haja valiosas excepções, como é o caso de algumas trapistas ou mesmo barley wines, pelas quais vale a pena esperar um par de anos de amadurecimento.
E é por isso que aprecio sobremaneira as Biéres de Garde, das quais esta St. Sylvestre 3 Monts é um belo exemplo.
Para os menos familiarizados com estas matérias, a cerveja de “garde”, é como o nome indica, uma cerveja para guardar, para amadurecer. Originária da Flandres, é um estilo muito apreciado pelos franceses, que nestas coisas gourmet são mestres.
No caso vertente, a 3 Monts é uma cerveja de um amarelo tostado - chamar-lhe-ia “bronzeada” - de gola imponente, alva e cremosa, e gaseificação generosa.
Dos aromas e sabores, muito se poderá dizer: que há ali maltes e fermentos, frutas secas e ares primaveris. Com um excelente corpo, onde os tons de especiarias estão bem presentes, os frutados têm preponderância, e cuja complexidade torna o “fim de boca” extremamente redondo, com um toque adocicado.
Dela, o melhor que se poderá dizer é que, sendo servida numa garrafa de 0,75l e tendo um grau etílico apreciável - 8,5% Abv - se bebe facilmente. Talvez mesmo demasiado facilmente, o que a poderá tornar uma cerveja, diria…perigosa.
Uma excelente proposta para os fins de tarde estivais que aí vêm…dizem
Cervejeira: Brasserie de St. Sylvestre, France
Vol/Alc: 8,5% Abv
Ano: 2007
Tipo: Biére de garde
Copo: Goblet
Etiquetas: 3 Monts
At 5 de junho de 2008 às 12:49, JC
"Mas se no campo dos vinhos, muitos dos amadurecimentos só beneficiam os ditos". Olhe que não, olhe que não... Os vinhos são como as pessoas, têm juventude, apogeu e declínio. Uns só têm interesse enquanto jovens, outros no apogeu da idade adulta adquirem todo o interesse, e na juventude ninguém lhes passava cartão, outros, ainda, ganham nuances inesperadas com a idade. Tb se pode dizer que uns mostram determinadas qualidades enquanto jovens, e há quem os prefira assim, e outras, diferentes, quando envelhecem. Mas morrem, como tudo na vida.
Abraço
Abraço
At 6 de junho de 2008 às 09:20, Chela
Qué buen post. Siempre atento a las cervezas acorde con la estación del año. Greaaaat!!!. Me encanta la Bier de Gardé. Es El único estílo cervecero propiamente francés y un caso especial en el mundo cervecero.Es curioso que los franceses lo adopten como un producto gourmet cuando, Curiosamente en las tierras bajas francesas se lleva elaborando cerveza desde hace 200 años. En todas las granjas de la xona francesa denominada Region Du Nord, desde el Pas de Calais hasta Picardy, Artois, el Flandes Frances, se hacía cerveza para guardar, para así poder beberla durante el verano. He probado gardés de fermentación alta muy buenas pero también alguna de fermentación baja-es lo bueno de este estílo, que se adapta facilmente- de gran calidad.de las que probé Me encanta la Ch'ti ambreé, la Ambree des Flanders y luego las dos que puedes encontrar en ECI la Goudale y la Saint Landelin, ambas de Brasserie La Gayant. Este invierno pude comprar Saint Landeline a un precio de escandalo, 2 euros la botella de 75cl con corcho, podrás imaginar cuantas me llevé a casa jejejeje. Su precio normal es de 5. La Goudale, un poco más tradicional y artesana, está a un precio de 4, 35,algo que, para la cerveza que es no me parece excesivo. Haya salud
P.S- Quizás se debería especificar que el Flandres del que hablamos es el Francés y no el Belga para que se vea que es un estílo propio galo.Para uno que tienen "los pobres" no les vamos a quitar la ilusión jejejejejejeje.Abrazo
At 14 de junho de 2008 às 20:55, Vic
Olá, JC
Um pouco atrasada a resposta, mas uma viagem deixou-me sem possibilidade de corresponder mais cedo.
Entendo perfeitamente a nota sobre o vinho e concordo. Mas referia-me especialmente ao caso do vinho do Porto, embora me lembre quue o meu pai esteve a guardar uma "valiosa" garrafa de vinho do Porto para uma ocasião especial, e quando a tal ocasião chegou e a garrafa foi aberta, o líquido estava imbebível!
Abraço
At 14 de junho de 2008 às 21:00, Vic
Ói Chela
De regresso de Barcelona, já com saudades da Catalunha e de "mala" cheia, ehehehehe.
Gosto muito de cervejas de guard. Se procurares no meu blog, vais ver que já escrevi sobre a St. Landelin e a La Goudale.
Para meu azar, o El Corte Inglês de Badajoz deixou de as ter há mais de meio ano, mas agora na ida a Barcelona, encontrei-as quer em Madrid, onde fiz escala, quer em Barcelona.
A Ch'ti não conheço, mas havia algumas da d'Esquelbec na Cerveteca. Infelizmente já vinha muito carregado, e não pude trazer nenhuma. Fica para a próxima, eheheh
Grande abraço