A explicação é simples: devo à Duvel a descoberta da verdadeira cerveja.
Na verdade, eu como muitos neste cantinho da Península, não esperava mais de uma cerveja, do que aquilo que uma “imperial” - sagres ou sb - podia dar: alguma frescura no verão, motivo para conviver uma horas com uns amigos, companhia para debates acalorados sobre futebol, política ou qualquer outro tema de conversa.
Mas certa vez ao passar por um supermercado, chamou-me a atenção aquela garrafa atarracada tão diferente das esguias portuguesas, e peguei-lhe. Li o rótulo e acho que pensei:”Hum, belga? Mas os belgas fazem cerveja? Deve ser para acompanhar os mexilhões e as batatas fritas: O quê? 8,5% de grau alcoólico? Mas isto é quase vinho!” Pus a garrafinha à contra-luz e observei. Olhei o preço:”Ena, muito mais cara que as nossas. Mas também, uma vez não são vezes. Porque não experimentar?”.
E pronto, foi assim que travei conhecimento com uma das mais extraordinárias cervejas produzidas por esse mundo fora, e para nosso prazer, divulgada o suficiente para nos chegar facilmente às mãos, bastando para tanto uma rápida deslocação ao supermercado mais próximo. Foi ela que me despertou a paixão pela cerveja, e a vontade de percorrer o mundo através da nobre bebida. Desde então, e tendo já experimentado um respeitável número de outras cervejas, nunca mais a exuberante loura de espuma interminável a transbordar a “tulipa” - que ostenta ela também orgulhosamente aquelas cinco letrinhas que perfazem o nome mágico - faltou no meu frigorífico, seja em garrafa de 33cl ou de 75 cl, seja Inverno ou Verão.
Perdão, minto. Verifico agora que se me acabaram, portanto, desculpem lá, mas vou ali ao supermercado num instante e já volto.
Cervejeira: Brouwerij Duvel Moortgat, Belgium
Vol/Alc: 8,5% Abv
Ano: 2007
Tipo: Belgian Strong Ale
Copo: Tulip
Nota - A Cerveja para Principaintes, volta quando eu regressar do supermercado!
Etiquetas: Duvel
At 15 de abril de 2008 às 03:00, Rodrigo Campos
Olá V de Almeida,
Sou da cidade de Fortaleza no Brasil. Sempre vejo seu blog e acho uma ótima leitura, até mesmo curiosa pelas diferenças que a nossa língua portuguesa desenvolveu nos dois extremos do oceano atlântico.
Tenho uma curiosidade de saber como é a disponibilidade de cervejas de boa qualidade aí em Portugal. Há lojas especializadas ou supermercados que ofereça boa variedade e qualidade? Afinal de contas vocês estão a um passo de três grandes escolas cervejeiras (alemã, inglesa e belga)e deveria ser fácil o acesso a estas maravilhas.
Aqui na minha cidade é difícil, apesar de sempre conseguir algo em minhas viagens a São Paulo e outras cidades mais ao sul do país.
At 15 de abril de 2008 às 17:52, Vic
Ólá, Rodrigo
Prazer.
Pois é, estamos a dois passos dos paraísos cervejeiros, mas a nossa situação no extremo do continente, faz com que sejam dois passos de gigante.
Mas mesmo assim, de há uns tempos para cá (um ano mais ou menos), a oferta tem-se intensificado. Em todos os supermercados tem à venda as comerciais alemãs, como a Erdinger, Franziskaner, Veltins, Spaten, etc. Também as belgas Duvel, Leffe, a Bush Ambré, Grimbergen e as Chimay e Lambics da Timmermans e as inevitáveis Guinness.
Há uns armazéns espanhóis, não sei se ouviu falar, o El Corte Inglês, que tem um armazem em Lisboa e outro no Porto que tem uma oferta mais variada, desde a Westmalle, La Trappe, gordons, Guinness, várias Marstons e Shepherd Neame, mais algumas alemãs. O El Corte Inglês faz alguma rotatividade, pelo que por vezes aparecem coisas novas.
Lojas gourmet há algumas, mas só uma ou duas têm cervejas. Uma delas, a Delidelux tem quase sempre 2 cervejas de que gosto muito, a Gulden Draak e a Rochefort Trappiste, além de algumas que o El Corte Inglês também tem.
Como vê, não é nada de extraordinário, mas já é qualquer coisa comparado com uns anos atrás.
Depois, também se vai dando uumas saltadas aos paraísos, quando é possível :-)
Cheers!