Por cá, o turismo aliado ao interesse pela cerveja, ainda parece não existir. Mas por mim, quando tenho oportunidade de sair deste jardim, venho até à rede, e procuro alguns locais de referência cervejeira que possa haver no meu destino.Recentemente, desloquei-me a Sevilha, mesmo aqui à mão, mas onde não ia há muitos anos, principalmente graças àquele clima de fugir.
Assim, procurei na net, mas encontrei pouca informação. A mais relevante, dizia respeito a uma “Cerveceria Internacional”, cuja carta, dizia-se, era generosa, quer em cervejas de pressão, quer de garrafa.
Já na cidade, verifiquei existirem inúmeras cervejarias - o que não se estranha, dado o tal clima escaldante, em algumas zonas, porta com porta, mas notei que, na generalidade serviam somente aquelas cervejas espanholas vulgares, que pouco se recomendam.
Portanto, à hora do almoço, desloquei-me até àquela de que tinha referências. Fica na Calle Gamazo, uma rua estreita nas costas da Plaza Nueva, bem no centro histórico.
A Cerveceria não é muito grande e não possui mesas, os lugares sentados são ao balcão, no qual se alinham as “bicas“ das cervejas á pressão, das quais sobressaem, entre outras, a da Leffe, Paulaner, Bass, Kriek Timmermans (que tinha esgotado no fim de semana), e várias outras. Mas há espaço suficiente para os donos exporem uma quantidade de cervejas de fazer salivar qualquer um.E as paredes são quase completamente preenchidas com garrafas, algumas delas verdadeiras raridades, copos devidamente limpos e alinhados, e ainda sobra para vários packs de cervejas+copo e ainda, alguns anúncios e curiosidades.
O serviço é muito simpático - o dono é especialmente atencioso - e os acompanhamentos bastante variados e de preço acessível. Tal como o preço das cervejas, ao nível do que é habitual neste tipo de estabelecimentos.
O grande problema é mesmo o da escolha. Na foto de cima, as cervejas escolhidas para beber no sítio - claro que aproveitámos para trazer umas que por cá, nem em sonhos - ,uma Watou Tripel, morena clara com muita alma, e uma Liefman’s Frambozen, uma das tais cervejas que os puristas gostam de não gostar. Mas a verdade é que é um excelente exemplo do que deve ser uma cerveja frutada, com boa carbonatação e um sabor acentuado a framboesa, que no entanto, não a torna adocicada. Portanto, excelentes ambas.
A despedida, apesar do sorriso amável do dono, foi penoso, que ninguém sai de boa vontade de um paraíso.
Fiquei a pensar quando é que por cá, alguém terá a “ousadia” de se lançar em algo do género. No entretanto, vamo-nos contentando com meia dúzia de lugares onde podemos ir saboreando meia dúzia de boas cervejas.
E com a esperança, naturalmente.
Etiquetas: Cerveceria Internacional, Watou e Liefman's Frambozen








Há uns anos atrás, exercia a minha actividade profissional na Baixa, numa altura em que aquela parte da cidade ainda era considerada zona nobre. E para almoçar ou jantar, a dificuldade que havia era a da escolha, porque abundavam os bons restaurantes - muitos desaparecidos entretanto, como o mui saudoso “Estrela” - onde o arroz de tomate enchia a sala com o aroma do apetitoso fruto, e as pataniscas de bacalhau e os peixinhos da horta, encontravam-se em qualquer tasca.
